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sábado, 18 de julho de 2009

Não demore não.

Eu só sabia olhar para a sua sacada e esperar que descesse. Eu esperei demais, esperei todos os dias e todas as horas de fevereiro, março, abril e maio. Eu perdi as contas de quantas pedrinhas joguei para te acordar, e de quantas estrelas contei para eu poder dormir, naquela sua calçada imunda.
Aquele ano não estava para mim, pensei comigo - talvez todas as horas estivessem contra mim, talvez você também, porem, há sempre a duvida para calar os amantes que sofrem.
Se soubesse quantas cartas escrevi para você, mas eu ainda as vejo aqui, intactas.
Peguei uma cadeira e um cigarro, trouxe um chá para nós dois. Venha cá, vamos comemorar mais um mês de distancia e silencio. Venha comemorar comigo na calçada, mais um dia que aqui estou vestida de preto, e luto.
Meu amor, não se preocupe, eu não tenho para quem me arrumar, a não ser para você.
Não tiro do corpo aquele vestido que você adorava, ou ainda adora. ele esta cheirando mal, Mas quem liga? Eu sei que você também esta cheirando mal, e por inteiro, e não há problema eu te amo mesmo assim.
São 23h50min, e você ainda não chegou. É nessa hora que a saudade vai se acomodando dentro do coração, e eu choro, soluço e te chamo!
Não se tem mais o que fazer, eu já não sei o caminho de casa e nem sei se a tenho mais. Você poderia me dar à chave do apartamento? Não ligaria de te esperar deitada. Eu estou chateada, mas quem liga? Eu te amo pequeno, e isso basta. Não demore, Não demore não.


Kamila

sábado, 11 de julho de 2009

acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido

(Paulo Leminski)