BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS

sábado, 17 de outubro de 2009

Meia-amarela

Aquela sua meia-amarela, ainda se encontra na minha gaveta de calcinhas, só uma, a outra a coelha comeu, ou quem comeu fui eu, não sei bem.
Hoje eu acordei com vontade de dormir mais um pouco, mas tive o desprazer de colocar a calça jeans e sair, estava calor e queria uma água de coco, na verdade água de coco me lembra você, por fim tomei um suco de laranja, parece saudável, sou toda doente e fodida, essa expressão parece séria e é mesmo.
Eu sentei naquele bar de frente para praia, flertei profundamente aquele mar, e veio uma saudade dos seus olhos, nem sei por que, o mar é azul e seus olhos são castanhos, mas é tudo puro, limpo, natural, é coisa de Deus, Deus? Quem sou eu para falar de Deus uma hora dessas?
Mas retornando a saudade dos seus olhos; lembrei dos seus pés, gosto bastante deles, ainda mais quando estão sujos, me entende?
Eu já estava farta de suco de laranja, de mar, de olhos, e de pés. Voltei para casa, me deitei, olhei para a janela, aquele céu azul. Decidi tirar os sapatos e meus pés estavam sujos, olhei para o lado e me deparei com aquela sua meia-amerela, ela ainda se encontra na minha gaveta de calcinhas, só uma, a outra a coelha comeu, ou quem comeu fui eu, não sei bem.


Kamila

Entre todos esses corpos malditos e sujos tinha a ousadia de te encontrar.
Num dia de semana era raro, era mais nos fins e às 6 horas da manhã.
Te escrevi postais pedindo para não esquecer que dias atrás estava entre seus seios, coxas, e maus cheiros, mas na verdade te escrevi pedindo para não esquecer que te valorizo e te recebo, sempre que seu corpo quiser um pouco de amor falsificado, criado do álcool.
Mas na verdade te escrevi pedindo para não esquecer as torradas e as geléias, quando me visitar nesse hospital fedendo boceta, pois aqui me encontro internado, aidético e.


Kamila

quinta-feira, 27 de agosto de 2009



"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A mulher levou a mão até a cabeça, dedos entrelaçados nos cabelos, cabelos escuros e curtos. Naquele seu gesto cansativo o medo possuiu todas as coisas. Olhou para o lado e viu o homem pouco concentrado naquela cena toda, naquele todo amor. Ela o encontrara há tanto tempo, aos poucos pode dizer que o conhecia parte por parte, risco por risco e cheiro também.
Como todos os domingos claros e quentes, os dois encontravam-se sozinhos naquele quarto gelado, naquela cama entre os lençóis familiares. Talvez, poderia fazer o tempo passar com conversas e atos, mas isso seria monótono demais.
Ela lembrara de quando ouviu no ponto de ônibus uma voz feminina dizendo “estou farta de ouvi-lo dizer as palavras, sempre daquele mesmo jeito, com aquele mesmo sotaque e aquela lentidão, de ver seu olhar sempre para a mesma direção e sentir a mesma passada de mão”.
Sim, esse seria todo o problema, ela estava farta de uma companhia, de um amor e de calor. Queria sentir todas às coisas que sentia quando pequena, estar sozinha até que parecia estar feliz.
Aqueles dois seres sabiam que se amavam, pois até de costas sabiam que se olhavam e se desejavam, porem havia algo que ela não conseguia distinguir, talvez fosse à falta do tudo, a falta do nada, ou as duas coisas misturadas. Ela só queria saber de se encontrar, queria sentir a falta, mas não queria vê-lo partir para sempre, pois seria pedir solidão demais.


Kamila

sábado, 18 de julho de 2009

Não demore não.

Eu só sabia olhar para a sua sacada e esperar que descesse. Eu esperei demais, esperei todos os dias e todas as horas de fevereiro, março, abril e maio. Eu perdi as contas de quantas pedrinhas joguei para te acordar, e de quantas estrelas contei para eu poder dormir, naquela sua calçada imunda.
Aquele ano não estava para mim, pensei comigo - talvez todas as horas estivessem contra mim, talvez você também, porem, há sempre a duvida para calar os amantes que sofrem.
Se soubesse quantas cartas escrevi para você, mas eu ainda as vejo aqui, intactas.
Peguei uma cadeira e um cigarro, trouxe um chá para nós dois. Venha cá, vamos comemorar mais um mês de distancia e silencio. Venha comemorar comigo na calçada, mais um dia que aqui estou vestida de preto, e luto.
Meu amor, não se preocupe, eu não tenho para quem me arrumar, a não ser para você.
Não tiro do corpo aquele vestido que você adorava, ou ainda adora. ele esta cheirando mal, Mas quem liga? Eu sei que você também esta cheirando mal, e por inteiro, e não há problema eu te amo mesmo assim.
São 23h50min, e você ainda não chegou. É nessa hora que a saudade vai se acomodando dentro do coração, e eu choro, soluço e te chamo!
Não se tem mais o que fazer, eu já não sei o caminho de casa e nem sei se a tenho mais. Você poderia me dar à chave do apartamento? Não ligaria de te esperar deitada. Eu estou chateada, mas quem liga? Eu te amo pequeno, e isso basta. Não demore, Não demore não.


Kamila

sábado, 11 de julho de 2009

acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido

(Paulo Leminski)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O rato.

Naquela manhã, quando os raios solares buscaram meus olhos sonolentos, eu tive a obrigação de levantar-me. Colocando os pés no chão, o estalo do joelho acabara com todo silencio da velha-casa-misteriosa, que ali eu me encontrara, eu era um homem puro de coração, porem tendo de carregar muita merda para não perecer, assim como um rato, um rato não liberto.
Levando as mãos ao bule para preparar aquele café forte, que sempre descia amargando todo interior do estômago, ali estava eu, abrindo a torneira para pegar um pouco de água, água passada por canos imundos, só Deus sabe quanta porcaria naquilo se encontrara; vi a água saindo com uma cor indescritível, talvez uma cor de burro-quando-foge ou caramelo, amarelo... Pois bem, não sei.
Houve mais uma quebra de silencio, mais uma para me perturbar. A água fervente transbordara do bule de encontro ao fogão, trazendo aquele barulhinho... Aquele mesmo, parecido com um suspiro, algo para aliviar a dor.
E assim eu caí na realidade para minha infelicidade, descobri o mistério de toda vida, daquela casa inimiga que me perseguia a cada ano. Ela queria me engolir junto de sua podridão, envelhecendo-me, matando-me aos poucos como se fosse um rato teimoso no mesmo território, um rato persistente morrendo aos poucos envenenado.
Eu estava imóvel com a xícara na mão, o vapor encontrara o olhar, o olhar encontrara o canto da parede, mas pobres dos meus olhos, não tinham visão alguma.
Não pudera eu mudar uma vida que carreguei há cinquenta anos nas costas, feito uma cruz.
Ouço barulho no forro da velha casa, uma sombra negra, naquele instante a alegria me possuiu, pois ali havia um rato como eu, puro de coração e com muita merda para carregar, para não perecer.
A única diferença era que ele estava liberto, e eu um velho rato, prisioneiro em seu próprio território, porem, sem risco algum de ser pego por uma ratoeira.


Kamila

terça-feira, 23 de junho de 2009

Hoje minha intuição brincou de me abandonar, e eu morri três vezes, apenas morri.

O olhar caído no papel em cima da escrivaninha, as mãos tremulas tentando agarrar a caneta. As lagrimas encontraram o papel que ali mostrava versos, alma. Levanto-me, estou praticamente nua, pois não havia motivo para me cobrir, estou sozinha, vazia... Como todos os dias. Olhe-me no espelho, buscando esperança de viver uma farsa, uma felicidade. Acendo o cigarro e na boca sinto gosto-de-sangue, neste meu pensamento havia realidade intragável para muitos, a realidade de sumir e virar pó.
Ouço barulhos na porta, e passos, passos, passos a cercar meu cômodo, e como uma brisa quando encontra o corpo em um dia de praia, seu cheiro me encontrou, veio acabando com toda paz de um coração desgastado.
Ligo o radio alto a ponto de acabar com todo esse grito interno, busco a janela por querer um ar com cheiro de flores, afinal, precisava me controlar. Vou à direção à cama, perto da salvação, minha única salvação.
Ao passar os olhos, vejo um começo de vida, começo de amor, mas ao fim das contas, ali estava eu: sofrida, perturbada, com rancor nos olhos, com gosto-de-sangue na boca, e cheiro forte de cigarro no cabelo. A janela estava a 30 centímetros de mim, o chão me esperava, o vento me buscava, e assim decidi ir-me. Com gosto-de-sangue nos cabelos, rancor na boca, cheiro forte de cigarro nos olhos, e nua, pois não havia motivo para me cobrir.


Kamila

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Parece, portanto, que homens e mulheres falham igualmente. Parece que não conhecemos em absoluto uma opinião profunda, imparcial e absolutamente justa sobre nossos próximos. Ou somos homens, ou somos mulheres. Ou somos frios, ou somos sentimentais. Ou somos jovens, ou estamos envelhecendo. Em qualquer caso, a vida não é senão uma procissão de sombras, e sabe Deus por que as abraçamos tão avidamente e as vemos partir com tal angústia, já que não passam de sombras"










(O quarto de Jacob - Virginia Woolf)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Esse meu mundo é perigoso, é um buraco, e aos meus olhos eu vou indo, me perdendo bem ao fundo dele.
Estou na cama, com os olhos fixos a parede, uma inimiga que sempre me persegue quando estou sozinha, sem amor e sem companhia.
É nesta hora que me lembro: Os meus dias são curtos, e eu não tenho tanto tempo para morrer de felicidade, estou me habituando à realidade.
Eu poderia ser qualquer espírito que quisesse, poderia viver uma vida que não é minha, mas que não seria de ninguém, eu poderia usar tal farsa como todos os seres que se contentam com palavras jogadas da boca para fora, poderia me contentar com afetos, e com esse mundo teatral... Eu poderia me contentar com o amor próprio, que até agora não se vê em mim.


Kamila

quinta-feira, 18 de junho de 2009

E se soubesse que toda minha saudade de te amar aumentaria ao te ver ir, eu rezaria e rezaria para o tempo parar, por toda vida.
Juro que esses meus olhos não negam saudade, e que as minhas mãos frias andam sem rumo, ao procurar pelos seus dedos entrelaçados aos meus.
Essa minha cabeça pesa por vontade de você, por amor, por necessidade de dizer que a amo, dizer com os olhos, com os gestos, com os mimos.
E nessas voltas da vida, não há vontade de outro corpo, de outra voz, alguém diferente de você, alguém que não seja você, pois você é única e não acredito que seja só minha...


Eu preciso me perder no seu abraço, no seu cheiro, na respiração... No seu coração, e no encanto de te ver dormir.




(..) Como para acercá-la minha alma a procura. Meu coração a procura, e ela não está comigo."


Kamila


("Uma fotografia é um segredo sobre um segredo.Quanto mais ele conta, menos você sabe.")


Diane Arbus

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Eu pude sentir todo calor de nossos corpos.
Eu apenas não consegui sorrir.




Não se sorri, quando o coração fala demais...



Kamila

A xícara nos lábios, o amor nos olhos

Eu poderia ver nossos olhares se cruzando, nos escondendo, da mais ridícula impossibilidade. Talvez o amor, talvez a dor.

- E você o que vê quando olha nos meus olhos?
- Eu vejo uma esperança muito grande, esperança de criança.
- Isso é ruim?
- Ás vezes. Esperança de criança às vezes decepciona.
- Eu realmente tenho um pouco de decepção e esperança, não nego.
- Esses seus olhos, cor de jabuticaba poderiam ser meu guia para mais perfeita segurança, já que tens tanta esperança.
- Minha alma nunca foi segura, quem dirá meus olhos, a esperança só é um enfeite da alma.
- Poderíamos nos tocar? Só mais uma vez, só por um segundo.
- Você poder me tocar quantas vezes quiser, quando nos encontrarmos.
- Quando nos encontrarmos?
- Sim. Em outras vidas, em outros corpos.
- Afinal, eu sou pura insegurança.
- Mas...
- Se talvez em outra vida, eu for um beija-flor...

(silêncio)



Kamila

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Pois, há todos esses velhos caminhos para sua alma caminhar;
Há este cheiro de rosa para sua alma acalmar;
Há toda a paz de um coração generoso para sua alma descansar;

E por fim, há toda lembrança de saudade, para sua alma miúda não envelhecer.



Kamila

quarta-feira, 13 de maio de 2009


Dispenso todos aqueles pensamentos racionais, quais despedaçam o ser.
Busco meu conforto naqueles modos que pertencem à verdadeira firmeza do espírito.
Sou como os que dividem suas próprias escassezes ao incerto, e assim ganham asas, por toda evolução dedicada ao universo.



Kamila

domingo, 10 de maio de 2009


Por todo esse amor que carrego comigo
Há vontade de você guardada no peito
Tão grande... Às vezes transborda pelos meus olhos.

Ah se eu tivesse você todos os dias, ah se eu tivesse.



Kamila



Beleza monótona

sábado, 9 de maio de 2009




"Esse teu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas que eu não posso acreditar...
Doce é sonhar, é pensar que você,
Gosta de mim, como eu de você...
Mas a ilusão,
Quando se desfaz,
Dói no coração de quem sonhou,
Sonhou demais...
Ah, se eu pudesse entender,
O que dizem os seus olhos."


(Tom Jobim)


But if you could just see the beauty,
These things I could never describe,
These pleasures a wayward distraction,
This is my one lucky prize.

isolation, isolation, isolation...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Katharine esteve impressionada naqueles seus últimos dias de vida, últimos dias de verão.
Observou a estante a qual abordava tal fotografia, uma imagem semelhante à de um ninho, todos tão aglomerados, com tanto verde à volta, com tanto amor, voltou a sua frágil vida de passarinho.
Levou sua mão leve junto ao copo de leite que estava logo ali.
O radiante sol iluminou sua janela, aurora chorou.
A pobre caiu de joelhos ao chão, revelando tristeza de tamanha felicidade, uma pura saudade, dos velhos tempos de passarinhar.



Kamila

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Eu Preciso De Você.

Como o sol precisa de um poente
Eu preciso de você, só de você
Como toda orquestra de um regente
Eu preciso de você, só de você

Como a flor precisa de perfume
E a mulher de ter ciúme
Quando o seu amor não vem

Preciso tanto de você

Como a noite busca a madrugada
Eu preciso de você, só de você
Se o poeta busca a bem amada
Eu preciso de você, só de você

Só você não sabe a solidão
De tão imensa é uma doença
Que me deu no coração

Se o ateu precisa de uma crença
Eu preciso de você

(Antonio Carlos Jobim Aloysio de Oliveira)


para meu amor, com todo meu amor.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

arco-íris deste céu.

Fuja como um pássaro livre deste mundo.
Destrua suas magoas num só canto.
Rogando a existência do céu.
Pouse na arvore mais distante.
Onde o seu tronco encontra o arco-íris.
Do qual o menino viu, e por fim sorriu.





“Arco-íris no céu.
está sorrindo o menino
que há pouco chorou.”

(Helena K.)






Kamila

sábado, 25 de abril de 2009

Preciso de flores, para organizar essa sala, calar um pouco a minha ausência.
Estou deixando esta casa, esta minha alma, esta história.
Vou assim buscar novos ares, outros ombros e perfumes.
Eu sempre acompanhada da solidão, tão invisível, aparentemente quase inexistente.
Esta minha mão fria, esta agora ao meu rosto, nesses últimos dias, sempre ao meu rosto.
Sempre junto de minhas lagrimas.

Devo seguir o destino desta minha dor amigável, me ajeitar num lugar qualquer, onde tenha flores, apenas para organizar essa vida nova, esse novo choro.
Engolir mais um pouco de dor, talvez alimentar essa saudade dos meus pais, dos amigos, dos amantes.
Eu preciso me reconciliar comigo, me descobrir.
E assim por fim... deixar tudo, toda essa paz.


Kamila

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Nossos últimos dias.


Vamos lá, você me da sua mão.
Vamos brincar de nos abraçar, vamos brincar de nos amar.
E por fim prometer de você nunca mais me deixar
Assim, como me deixou nesses últimos dias.

Venha, venha até a mim.
Deixa eu te olhar, sonhar.
Deixa-me brincar de te encontrar.
Procurar-te, assim como procurei por você, nesses últimos dias.

Junte-se a mim, quero sentir seu olhar a me queimar.
Venha ao meu ouvido, venha me dizer.
Diga que me ama, assim como você dizia, naqueles seus últimos dias.


Não me deixe perdida
Coloque sua mão na minha.
Deixe seu retrato aqui comigo
Assim como seu perfume no meu travesseiro
Seu cheiro, nesses meus últimos dias.


Kamila

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Cabaninha.

Nesse quintal, ali esta aquela cabaninha.
Você nela guarda suas cores, suas rosas.
Pediu pra eu fazer uma escadinha, para que os passarinhos...
Ali fora pudessem pousar.

Com estas duas cadeiras e esse cobertor
Aqui nos escondemos, com vaidade de criança.
Você me pede para contar a história das nuvens.
Eu te peço para tocar violão para eu dormir

Você passa a mão no meu cabelo
Você sussurra com carinho
Que quer estar sempre aqui comigo.
Os passarinhos assim, pousam.
Na escadinha, lá do lado de fora.

E nesse momento tudo passa devagar
Estou me perdendo nos seus olhos
Eu estou vivendo da sua respiração
Que aqui se encontra perto do meu coração

Deitadas nesse chão meio frio
Eu encontro todo o calor do amor
Num só abraço, num só cafuné!

Nessa nossa cabaninha
O céu é nossa imaginação
Aqui vemos estrelas, nuvens em forma de dragão.
Nesse nosso teto de cobertor
Eu vejo meu reflexo, eu vejo minha felicidade, a sua fatuidade.


Kamila

terça-feira, 21 de abril de 2009

Amor - aos olhos do mundo.

Aos olhos do mundo, eu vejo a falta de compaixão que cada ser humano traz em si.
Poucas pessoas vivem por alguém, poucas se preocupam com a miséria do país, poucas pessoas pensam nos pequenos problemas das outras pessoas, ninguém hoje em dia oferece vida á alguém.
E ainda ouço pessoas dizerem que querem amar e serem amadas.

Mas como meu Deus? Como podem desejar o amor, se nem elas sabem o que isso significa!

Poderíamos cobrar tal amor, se todos nós percebêssemos onde se encontra amor, onde se esconde a beleza da natureza,e se ao menos todos nós tivessemos nossas almas límpidas.
Assim, o mundo seria um paraíso, e aquela frase que tanto ouço “O inferno é onde vivemos” deixaria de existir.

Afinal, toda graça do mundo, todo amor, toda realidade, toda sinceridade... Encontra-se nesse céu azul, nesse cheiro de mato, no sorriso de uma criança, e é isso que devemos enxergar, devemos seguir, e devemos amar. Só amando esse mundo, seremos amados.

E só para constar, o “inferno” não é onde vivemos, o inferno somos nós, o inferno são os outros.



Kamila

domingo, 12 de abril de 2009

Passarinho.

Dei-te todos os sonhos, o verde, o azul... As estrelas.
Dei-te todo meu pranto, os risos, verdades, carinhos.
Preparei-te o teu ninho, dentro do meu coração.

Dei-te asas passarinho.
Foi para o céu que sempre foi seu, que você se foi.

Dei-te asas passarinho.





Foi assim que você fugiu de mim.



Kamila

sábado, 11 de abril de 2009

Meu amor esta dormindo.

Abençoou meu amor que agora esta dormindo
Dormindo ao lado do abajur, que assim pertence aos anjos.
Flutuante nas nuvens, me encarando entre as estrelas.
Por toda minha vida, por toda sua morte.


Kamila

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Love song

A casa no lago, o dia de neve, um pouco de café, cigarros, e um bom livro.

Abro meus olhos, e me vejo na cama, olho para os lados, vejo tudo o que preciso e tudo o que sempre quis.
Viro a cabeça para ver as horas. São exatamente 09h43min.
Tiro a minha cachorra da cama, levanto logo em seguida, vou direto por aquela música que sempre ouço, num dia triste de domingo “Keane- your eyes open.”.
Jogo-me na cama novamente, leio cartões postais de minha família, fotos de alguns amigos, e no fundo dos meus recibos... Vejo uma carta sua.
Congelei-me por alguns segundos, encaro a carta, com o pensamento de pesadelo.
Abro-a devagar como se fosse à coisa mais perigosa que já encontrei em minhas mãos.
“Assim seja”, pensei comigo.

“E que anos foram esses? anos de você tão longe. Eu que achava que um dia poderia esquecer seu sorriso beijando meus olhos, tão perto.
Pode parecer estranho escrever para você em um dia comum, e planejar que leia esta carta num dia de domingo.
Mas tudo isso esta acontecendo justo hoje, porque faz uma semana que sonhei com você, era um domingo comum, até que peguei no sono.
Vi-me em um lugar tão verde que me doía os olhos, tantas árvores, era de se perder em tamanha dimensão. Eu comecei a ficar com medo, que diabos estava fazendo ali? Eu que nunca fui tão ligado à natureza, quanto você.
Logo na frente do lago estava você, você me olhou com os olhos tristes, como você dizia “com aquele olhar que não vê”.
Corri ao seu encontro, abracei você tão forte, pude sentir seus ossos junto aos meus.
Eu chorei como um bebê, eu te dizia para ficar, pois as coisas estavam difíceis sem você.
E que aquela distância de anos foi à aprendizagem que eu precisava para realmente crer que te amo.
Por fim você largou meus braços, me olhou firme com os olhos num brilho, que só Deus sabe descrever, beijou meus lábios com o mais doce ar angelical, foi o melhor contato que tive na minha vida.
Você derramou uma lagrima e disse a única frase “nunca deixou de ser amor” assim você se foi com o rio, você afundou como se fosse uma pedrinha, pequena.
Só restou eu me lamentar.

Por fim, acordei com seu gosto na minha boca, e caminho com ele até agora, eu espero sonhar com você hoje, afinal é domingo, e os domingos aqui sempre tem a sua cara!


Já não resta te pedir todo o perdão do mundo, já não resta eu querer ser Fernando Pessoa para você, nunca adiantara. Mas o amor que eu estou revivendo todas as noites, ira crescer eternamente, com você ou sem você!”


E no fim das contas rasgo a carta em pedacinhos, acendo meu cigarro, e vou brincar com a minha cachorra.


É acostumando com a solidão, que nos tornamos mais corajosos e sábios.
Corajosos para esquecer um grande amor, sábios para conseguir viver sem mais algum.

A casa no lago, o dia de neve, um pouco de café, cigarros, um bom livro, e aquele olhar que não vê!



Kamila

Outono novo.

Como o outono chega às folhas, chegou até a mim.
Mas por esses tempos eu tenho vivido, dias que valem por toda minha vida.
Descontando toda a raiva do mundo em lágrimas, me libertando e crescendo.
Ouvindo a lembrança bater a minha porta, acordando desencantada dela e sorrindo para o céu.
O sol nascendo mais uma vez, e dentro de mim, radiando meus amores, e queimando meus temores.

Depois de muito tempo eu me vejo como estrela, brilhando acompanhada de muitas, num grande mar de rosa.



Kamila











for a moment your eyes open and you know.

Tentei me prender aos meus maiores hábitos, hábitos tão vitais, talvez chegue até ser um pecado.
Pois me prender ao pecado de amar é meio hábito, é o modo mais lindo, de mostrar que te amo.
Ser louca é realmente lindo, quando se é louca por amor.
Já não sabem se o que me enlouquece é meu modo de viver, de sonhar ou o de te amar.
afinal, eu sei.
Perde-se a cabeça quando tiram de você o motivo do respirar, tiram sua vida, e assim você fica com aquilo que chamo de vazio existencial.
Crises nervosas tomaram conta de mim, me prendi ao pecado de ir me matando, pelo hábito de ser viciado em seu sorriso, que até então, tiraram de mim.


For a lonely soul, you're having such a nice time

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mas, ah, sinto que Deus não concede a chuva ou o brilho do sol aos nossos pedidos impulsivos, e aqueles tempos, cuja recordação me atormenta, só eram assim tão felizes porque eu esperava o espírito com paciência e acolhia com o coração grato as delícias que derramava sobre mim!

(Goethe)

terça-feira, 31 de março de 2009

Borboletas.

A verdade é que não há verdade
Perde-se, e vai para longe.
Assim caçando borboletas
Pousadas das arvores
Eu me vou.


Descobri
Já não há borboletas para minha companhia
O outono chegou
E as folhas secaram
E as borboletas?


Voaram.


Kamila F.

segunda-feira, 30 de março de 2009

"De vez em quando precisamos sacudir a árvore das amizades para caírem as podres"
(Mário Silva Brito)

Reflita.

sábado, 28 de março de 2009


Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão
Isolação tortura loucura saudade solidão

sexta-feira, 27 de março de 2009

Estive pensando por um longo tempo, verdades de minha vida, e junto, tristezas dos outros.
Assim me via num gramado, quanto vivo, com o sol pousando aos meus olhos, eu estava completamente segura, porque junto á mim, havia os meus amigos.
Eu já não precisava de tantas coisas, eu tinha o tempo, tinha uma grande saúde, e tinha meus valiosos amores.
Assim lembrei-me da perda, perda maldosa, sempre acompanhada da terrível saudade.
E assim, quando o tempo vai tirando tudo o que á de lindo, deixando a vida nua, você cai em terrivel margura.
Pois bem, o velho tempo se foi, mas ainda ficou minha família, meus poucos amigos e alguém especial.
Mas e aquele que perde tudo? Perde os amores, a riqueza, a beleza?
É assim que me pego pensando, por um longo tempo, nas tristezas dos outros.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sempre é meia noite.

Os olhos repassados de meiguice,
na beleza da face carmezim,
no dia de Natal ela me disse:
"Á meia noite você pense em mim".

E deu-me um beijo que não tinha fim,
- desses beijos de amor e maluquice
com que me aquece, carinhosa assim,
o frio irreverente da velhice...

Meu grande amor, nem sei o que pensar!
Acredito que até quando eu deixar
as tormentas da vida em que me açoite,

Você verá, transida de emoção
que o relógio da minha inspiração
parou exatamente á meia noite...

domingo, 22 de março de 2009

Música.

Sigur Rós - Poças-de-pular


Sorrindo,
Girando e girando na ciranda
De mãos dadas,
O mundo inteiro é um borrão,
Mas você fica de pé.

Encharcado,
Completamente ensopado,
Sem botas de borracha.
Escorrendo em nós?
Quero irromper deste envoltório!

Venta para dentro
E cheiro de ar livre? Do seu cabelo.
Eu golpeio tão rápido quanto posso
Com meu nariz.
Pulo numa poça
Sem usar botas.
Completamente encharcado (ensopado).
Sem usar botas.

E fico sangrando pelo nariz,
Mas sempre me levanto.
(Hopelandic)

E fico sangrando pelo nariz,
Mas sempre me levanto.
(Hopelandic)

http://www.youtube.com/watch?v=_EyI4p0yjDQ

sexta-feira, 20 de março de 2009

Carrego seu coração - E. E. Cummings.

Eu Carrego seu coração comigo
(Eu o carrego no meu coração)
Eu nunca estou sem ele
(onde quer que eu vá, você vai, minha querida;
e o que quer que eu faça sozinho, eu faço por você, minha querida)

Eu não temo o destino
(porque você é o meu destino, minha doçura)
Eu não quero o mundo por mais belo que seja
Porque você é meu mundo, minha verdade.
Este é o maior dos segredos que ninguém sabe.

(Você é a raiz da raiz, e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida;
que cresce mais alta do que a alma pode esperar
ou a mente pode esconder.
Este é o milagre que distancia as estrelas

Eu Carrego seu coração
(carrego no meu coração)

Se uma imagem vale por mil palavras, por não estar me vendo agora é que preciso de mil palavras pra te descrever o que sinto. Eu filho do sol de corpo imortal encontrei em ti, moça dos olhos serenos, uma paixão lunar.E a tua luz refletida no mar me faz querer andar por sobre as águas como se eu pudesse mesmo caminhar por sobre elas.
Ah essa condição humana marcada pela transitoriedade, esses laços que se desfazem com qualquer vento contrário, esses momentos que acabam. O mundo foi feito para girar e enquanto ele roda, tudo se transforma ou acaba. O que poderia essa minha paixão contra todas essas probabilidades?
E nossa saída para essa impossibilidade terrena é o Nosso destino cósmico, que sempre quis que feito duas estrelas, cada um em sua galáxia,brilhássemos.E assim desconectados nossa esperança sempre foi que os nossos raios de luz um dia pudessem em algum confim do universos se encontrar.E eles se encontraram!
Por isso não te quero como um prolongamento meu, nem desejo amar-te feito uma criança, que ama pela necessidade de sobrevivência.Amo-te pelo que me faz sentir, pelo significado que dá a minha vida e pelo que vejo refletido de mim em ti.
Ao unir a minha luz a tua luz juntos iluminaremos o caminho que se abre infinito a nossa frente, mesmo em meus momentos mais solitários, naqueles de mais vazio, sempre senti no fundo a sua presença, porque no fundo sempre soube que embora na distancia, jamais fomos separados.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Abandonou-a de vez, como se abandona as flores na estação.
Naquela sua pele clara, correu a lagrima desamarrada da alma.
Voou o arrepio sobre aquele corpo, posto ao vestido azul.
Zuniu o som da tristeza do sul, som de pavor ao amor.

Era numa praia que se deixavam as lembranças, e assim ele disse:
“Eu a deixo amando-a como nunca amei ninguém, eu vou indo chorando como nunca chorei por ninguém, é assim que a deixo, deixando-me também”.


Kamila F.

terça-feira, 17 de março de 2009


Encarar a vida pela frente... Sempre... Encarar a vida pela frente, e vê-la como ela é... Por fim, entendê-la e amá-la pelo que ela é... E depois deixá-la seguir... Sempre os anos entre nós, sempre os anos... Sempre o amor... Sempre a razão... Sempre o tempo... Sempre... As horas.

Virginia Woolf.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Assim seja.

Neste mundo que é grande, onde a vida é o ouro, o amor à prata.
Viver pouco, e aproveitar o bastante, não seria um crime tão covarde.
Contentar-se com o Maximo de seu coração, é sempre a razão.
Viver por viver não é viver, é existir.
E viver para existir nunca seria como seguir o coração.
E se for assim, deixe a morte levar a alma, para o distante, um paraíso flutuante, paraíso dos sonhos.
Deixando a flor no tumulo que se apodrece, a carta que envelhece, e o sorriso que se esquece.

Assim seja.

Kamila F.

domingo, 15 de março de 2009

Paraíso dos Loucos.


Fui à mesa à esquerda, indo me até o banheiro encarei-me no espelho.
Estava pior do imaginara, eu estava pálida, estava morta, minha boca estava seca.
Estava com sede de álcool, precisava libertar-me de você, a loucura subindo a cabeça, fazia-me esquecer-te.
Sentei na janela, vi o horizonte, ele tinha seu rosto, rosto de alma.
Lembrei-me da ultima vez que ouvi sua voz, suas ultimas palavras “eu posso estar no paraíso, não se preocupe irei levar-te comigo, não chora... cadê a sua beleza? Escondeu-se nas lagrimas.”.
E aquela lembrança fez-me desesperar em pranto, meu rosto se escondeu ao travesseiro, como se pedisse para sumir.
Coloquei a sua musica preferida “Laura Marling – Cross your fingers.”
Foi assim que pedi para morrer, fui à mesa á esquerda novamente, encarei a aspirina, sorri como se a cumprimentasse.
Engoli seco, mas logo peguei o álcool, tomei num gole prazeroso.
Fui deitar-me, antes de tudo, fiz uma reza... Conversei com você, expliquei tudo, expliquei, eu iria ao seu encontro.
Assim coloquei a cabeça no travesseiro, olhei a direita, você já não estava lá.
Fechei meus olhos, para acordar olhando os seus.
Agora minha cabeça doía isso é um sinal?
Uma luz nos meus olhos. “É... Acho que deve estar na porta do nosso paraíso”.
Algumas vozes no fundo, risadas, conversas. Uma música triste cantou aos meus tímpanos.
Pude abrir meus olhos, abrindo avistei uma mulher, ela tinha cara de má.
Vestia uma roupa branca, sorria sarcasticamente e na sua mão havia uma injeção.
Batia-me na cama, foi onde me aplicaram algum medicamento, qual não tinha conhecimento.
Meus olhos encheram de lagrimas, foi assim que chamei o seu nome, lentamente.
Pude ver tudo se movendo lento, foi aí que perguntei: “onde estou?”.
Risadas no fundo, e por fim uma voz vinha ao meu encontro.
E a resposta que mais temia em toda vida.
“Você esta no paraíso, paraíso dos loucos.”

"Saudade apodrece aqui dentro, é isso que penso nos dias de hoje."

Kamila F.

sábado, 14 de março de 2009

Reconstrução.

Passou-se a explosão
Reconstruí meu coração
Observei do alto
Pessoas quanto desconhecidas
E no meio de todas elas
No meio de tanta bagunça
Perdia-se o alvo de vista
Naquela tamanha aurora do dia.

Kamila F.

Explosão.

Sentei do alto
Pude ver o alvo
Pude ver seus olhos
Sua boca

Seus pensament...



- explodiu

Coração a mil.



Kamila F.

O amor mata.

O homem sentou a mesa do bar, tomou um gole de cerveja , acendeu o cigarro.
Observou a vaidade da manhã.
Passou horas, chegou a sua casa, verificou seu quarto, sua mulher morta. Segurou sua mão gélida e assim ficou.
Depois de alguns segundos - vendou seus olhos para o fundo, o mundo, o amor.
Viveu de temor, morreu por saudade.
Escreveu dores num papel, e assim se foi, deixou na mesa seu cigarro apagado, aos olhos da vaidosa manhã.

Kamila F.

Doce novembro.


A vida é uma só
Daqui não levaremos dinheiro
Não levaremos as horas de reunião chata
E o tempo gasto em ser corretamente responsável
Então deixe-me ser o seu doce novembro.
Façamos dos nossos momentos uma lembrança intacta
Não quero ver você sofrer por mim
Quero apenas te ver sorrir
Quando chegar novembro ao fim
Tamparei seus olhos com um cachecol meu
Assim vou partir
Apenas não se esqueça de mim
Lembre-se que te ensinei a ser feliz
Não deixarei você me ver chegar ao fim!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Instante que te vi.


Momento radiante diante a luz dos meus olhos.
Prendeu-me a felicidade,
A realidade.
E que assim seja
Por toda eternidade.

Instante que te vi
Ao instante que te ouvi
Era verdade
Eu estive sorrindo.

Nesses dias que hoje vivo aqui
Espero ter algo com o seu rosto
Nem que seja uma fotografia
Pois momentos de você
São por toda vida.

Kamila F.

quinta-feira, 12 de março de 2009



Sua alma se foi
As cores se foram
O sol também.

Levou um pouco de mim.
Deixou um pouco de si.
Deixou seu sorriso
Levou meu pranto.

Pranto meio secreto
Enterrei-o junto ao concreto
Como te enterram naquela manhã.


Foi-se sem saber
Não vimos aquele amanhecer
Você chegou às nuvens
Tão rápido, tão rápido.

Não caia daí
Vigie-me de longe
Com os olhos
Com o coração
Tão pura perfeição.

Que outono é esse
Ele tem a sua cara.
Outono triste, outono morto.

É assim que os anos passam.
E até chegar-me a você
Esperarei ansiosamente
Aquele nosso verão.

Hoje esta tudo meio cinza, meio branco.
Toda cor que tomou a minha vida
Eu bem queria poder dizer
A sua vida também.



#sem título.

Kamila F.

Incerteza.


Sem mais palavras é por aqui que te deixo
Na escuridão de uma rua
Na esquina da incerteza
Incerteza de um dia me esquecer.

A sombra cala
Calamos-nos por uma hora
Hora vazia.

Calada pela escuridão da rua
É na sombra que me deixo
Naquela hora vazia da incerteza
Incerteza de um dia te esquecer.

Kamila F.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Para viver mais.


Tarde da noite
A janela estava aberta, esperando a sua volta.
E aquele céu que se cala, que não chora, mas é triste.
Ele me deixou fria e insegura, ele me deixou chorar.
Agarrei ao seu travesseiro
Pobre dele, já não tinha aquele seu cheiro.

E por fim o desespero veio a me perturbar.
Eu pensei em tentar voar para o horizonte
Um quanto longe, onde a dor não poderia me encontrar.

E aos poucos sua imagem vinha a me sufocar
Ela nunca tentou me ajudar.
E eu acabei pensando distante
Naquele antes.

É assim que venho hoje á me suicidar.
Joguei-me do quinto andar.
Para assim viver um pouco mais.

Kamila F.

domingo, 8 de março de 2009

Não há palavras para te descrever.

Estive por sete maravilhas
Estive no canto dos pássaros
Que soa doçura, soa ternura.
E nunca vi tamanha beleza
Como vejo nos seus olhos,

Estive na lua, foi lá onde sentei para ver a rua.
E nunca houve tamanha maravilha
Como sentar-me na sua frente
E naufragar-me em suas palavras,

Eu estive onde o espírito encontra o corpo
E mesmo no paraíso, não houve tamanha perfeição
Como descobrir teu coração.



OBS. é melhor escrever por amor,do que por dinheiro.
Quando se escreve por dinheiro, nunca se escreve totalmente com a alma.

Kamila F.

Desencanto - Manuel Bandeira.


Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.





Qual foi o ser no mundo que foste envolvido com poesia, que um dia não quis ser Manuel Bandeira?
hahaha.
-
Eu não costumo dizer nada sobre minha vida pessoal
Mas não tem como guardar a palavra felicidade, quando ela permanece no seu coração, nem se for por uma semana!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Jardim de Laura.

Traga a rosa do jardim de Laura.
Laura que amava as rosas
Laura que morreu com as rosas
Assim como eu morro com o coração
Que estivera no jardim
Jardim de pura emoção.

Kamila F.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Um dia desses.

Comparei você com a chuva.
É imprevisível
Mesmo a chuva sendo tão imprevisível
No amanhecer, ao olhar para o céu
Sempre sei quando ira chover.

E ao olhar para seu olhar, sempre soube.
Que um dia desses, iria me esquecer.


Kamila F.

Todos os dias de você.

O seu nome vou escrever com o azul mais sereno, na parede dos meus olhos.
Seu cheiro vou espalhar no cômodo do meu coração, ele ira rogar junto ao meu amor por você.
Suas palavras seram repetidas,vou gravar aos meus ouvidos.
Vou ouvir-la ao amanhecer... Sua presença ao amanhecer
Seu gesto inocente vou desenhar a giz, no céu da minha memória.
Pois sim, o céu terei todos os dias de vida.
Todos os dias de você.

Kamila F.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Palavras do mundo.

A lua diz: é hora de viver
As estrelas dizem: é hora de viver
Os pássaros dizem: é hora de viver

Os seres humanos dizem: é hora de morrer.

Kamila F.

Eu não nasci com a alma de hoje...

Eu não nasci com a alma de hoje
Eu não cresci sem esperança
O tempo foi se resolvendo
Roubou-a de mim
Eu já não fui tão séria
Eu já não tive os olhos tristes
Talvez te achar poderia não ser tão desastroso
O quão foi.

Kamila F.

Presença

Passe meu cigarro
Sirva-me o café
Encare-me com seus lábios.
Agradeça.

Eu ainda estou aqui.

Kamila F.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Preciso nascer pro mundo...

Preciso nascer pro mundo
Correr para o azul, viver a luz do reviver.
Preciso voar nas asas dos sonhos
Respirar o ar dos anjos

Preciso abrir-me com as aves.
Encarar olhares, olhares que pregam amor.
Preciso soar uma canção
Talvez até tocar um coração

Preciso chorar um mar de lagrimas.

Mas a verdade é que mais preciso, de um ombro acolhedor.


Kamila F.

Vieste perguntar-me o que houve comigo?...

Vieste perguntar-me o que houve comigo?
Porque ando pálido, sem um sorriso brando no rosto?
Talvez seja algo incompreensível, se eu comentar não ira acreditar.
Talvez o amor tenha estragando-me o que chamo de “viver em paz”
Ele foi como um ladrão roubando meu coração, de que vale sentir tanto encanto? e sofrer tamanha decepção. Por isso digo que meus sentimentos sempre foram em vão.
Tão pouco importa para o mundo, mas eu lamento, era a única coisa que mantinha-me vivo.
O amor talvez não seja só um ladrão, talvez ele venha como um coveiro para você, ele te enterra os sonhos, sonhos valiosos, que se confundem com a realidade.
Se ele não tiver tão piedade, ira enterrar o que tens de mais valioso... O brilho dos seus olhos.

Kamila F.

domingo, 1 de março de 2009

Sofra.


Sofra junto ao mundo
Sofra para morrer
E viva para sofrer
Sofra com os olhos
Com os ouvidos
Com o coração

Sofra a cada vento que o céu mandar.
A cada pássaro que cantar.
A cada rio que secar
A cada arvore que sem vida ficar.

Sofra a cada choro que presenciar
A cada morte, a cada perda.
Que vier te perturbar;
Sofra a cada anoitecer
Escuridão é a presença da tristeza.
Tenha uma época de se acabar
Quando achar que não resistira.
Alguém ira te salvar.
Pois é sofrendo que o caminho estreito tem piedade.
Depois ele se abre em busca da felicidade.
Em busca do infinito.

Kamila F.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O amor nunca foi um ato de glória, muitas vezes é necessidade de sofrimento.
As pessoas que amam esbanjam tristezas.
E as pessoas que pensam sem amar esbanjam virtudes.

Kamila F.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Olhar de gente grande.

Era aquele azul do céu que não se cala.
Como a velocidade do vento que trazia as folhas secas, eu caminhava com você.
E você havia crescido seu olhar já era de gente grande, como o meu.
Era outono e aquele frio permanecia em nosso interior.
Eu a via, parecia uma boneca, o seu cabelo dourado e sua boca vermelha, sua beleza não me deixava adormecer, quando nós resolvemos deitar ali na grama.
Deitamos perto daquela árvore, onde estavam registrados nossos nomes, nomes de infância.
Por um momento o meu mundo parou, e eu flutuei.
Eu voltei a vê-la como um passarinho, doce inocente, e livre.
É engraçado, como estávamos aqui, estávamos crianças no mesmo lugar de hoje, á dez anos atrás.
Eu te via recitando poemas, aqueles que você às vezes escrevia para mim, com toda graça do mundo.
Às vezes você até identificava-me nos poemas das suas escritoras favoritas.
Eu sempre te achava minha poetisa.
Depois de recitar-me algum poema, você sempre se escondia, ficava linda tímida.
Na mesma hora que se escondeu você se levantou e eu a agarrei sua cintura, como se pedisse para ficar.
Você me puxou e beijou-me com os olhos, eu mergulhei dentro deles.
Como sempre você alegre decidiu cantarolar aquele poema em forma de canção:

- Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração;
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança.
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida,
A minha face?

Parece que a vejo dizer que este poema foi feito para mim.
Você me puxou bem firme, olhou com seu olhar de criança e gritou:
- vamos correr?
Corríamos mais de pressa que as nuvens cor de cinza triste.
E agora te pego me acordando, me levantando da grama.
Já não somos mais crianças como imaginei a um segundo atrás.
Mas você me fita com os seus olhos que ainda me fazem mergulhar
Com seu olhar que hoje é de gente grande.
E você sussurra baixinho:
- Vamos correr?


Kamila F.

A morte de Clarice Lispector


Enquanto te enterravam no cemitério judeu
do Caju
(e o clarão de teu olhar soterrado
resistindo ainda)
o táxi corria comigo à borda da Lagoa
na direção de Botafogo
as pedras e as nuvens e as árvores
no vento
mostravam alegremente
que não dependem de nós .


Ferreira Gullar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


“Uma jovem Mariam está sentada junto á mesma, fazendo uma boneca á luz de uma lamparina a óleo. Esta cantarolando. Tem o rosto suave e juvenil, o cabelo foi lavado e esta penteado para trás. E não lhe falta nenhum dente.
Laila a vê colar pedaços de lã na cabeça da boneca. Em poucos anos essa menina vai ser uma mulher que pede muito pouco da vida, que nunca incomoda ninguém, que nunca deixa transparecer que ela também tem tristezas, desapontamentos, sonhos que foram menosprezados. Uma mulher cuja generosidade, longe de ser contaminada, foi forjada pelas turbulências que se abateram sobre ela. Laila já consegue ver algo nos olhos daquela menina, algo tão arraigado que nem Rashid nem os talibãs conseguiriam destruir. Algo tão rijo e inacabável quanto um bloco de calcário. Algo que, afinal acabou sendo uma ruína e a salvação de Laila. A menina ergue os olhos. Deixa a boneca de lado. E sorri.
- ‘Laila jô?”



Não se podem contar as luas que brilham em seus telhados,
Nem os mil sóis esplêndidos que se escondem por trás de seus muros.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

amor de mãe, amor de filha.

Nos seus olhos eu vejo o risco admirável da atenção.
Suas palavras me trazem consolação.
Quando precisar, irei cuidar de você até o amanhecer.
Seria a forma de agradecer, por enriquecer meu coração.
Se um dia estiver longe, alem do horizonte.
É por você que irei rogar, até o ultimo instante.
Pois não a nada que separe amor e companhia
Um amor de mãe, um amor de filha.

Para uma linda mãe, linda como uma flor.

Kamila F.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Inspiração.

De onde vem inspiração?
Encontro-te nas manhas de domingo.
Manhãs azuis, tristes e quietas.
Você acompanhada com a nostalgia
Trazem-me a razão.
Razão, que talvez eu caminhe em círculos.
Seguindo meu coração
Que às vezes chora, ri.
Ou Implora aquela canção, para dormir nas nuvens.
Nuvens brancas, como rosas, que trazem cheiro de um novo dia.

Por quando tempo inspiração?
Por quanto tempo ira consolar minha mente?
Ainda meio fluente, deixando-me contente.
Trarei ao mundo uma nova visão.
Então ajude-me á ajudar-me, não a nada que me entenda como você.

Inspiração tenha compaixão... Não me deixe só, assim tão vaga, assim tão em vão.

Kamila F.

A ida de Bel.

Rio de Janeiro - 1995 moravam Luiz Alfredo e Bel Murphy um casal estranho como difamara a vizinhança.
Bel era a chamada louca entre região, por não ser tão hipócrita em vista das outras pessoas, e ser uma escritora iniciante.
Luiz Alfredo era um executivo popular, muito ocupado, dedicava sua vida ao trabalho. E sofria grande pressão entre a sociedade.
Por ser tão importante, já não tivera tanto tempo com a sua mulher.
Entre uma manhã de setembro - primavera, Alfredo desejara sair de sua casa, tomar ar fresco e presenciar o amor de sua mulher, com a natureza que a brindava.
murmurou Alfredo com toda a atenção:
- Bel, esta tão pensativa, em que pensaste nessas horas da manhã?
Alfredo com medo de sua resposta á fitou com um olhar de piedade.
Bel desapontada, murmurou:
- estava pensando em uma coisa que me chama a atenção a cada dia destes últimos anos que temos compartilhados juntos. A uma coisa estranha em sua alma Alfredo, você não vê? Esta cada vez mais só, como se o mundo fosse um preto no branco, como se as perturbações das ruas, viesse com você para a sua vida familiar, você sim já deve estar ficando louco, pura ingratidão me tratar assim, como se tudo estivesse no seu devido lugar. Era tão folgazão, é agora já esta pálido e murcho.
Alfredo entristeceu ao ouvir cada palavra dita pela mulher, que realmente amava, mas estava disposto a acreditar que ela tivera toda a razão, já não se lembrava que tinha uma esposa, a qual deveria se dedicar e ter hora para apreciar.
Ele com o poder e gratidão da palavra dirigiu-se e pronunciou-se:
- Querida, meu amor... Acha que esta vida que levo é digna para mim?
Sofro com você, ao entardecer, ao pensar que estas só, existe nada tão terrível e amargurante do que te ver assim, pois sei com que sempre estará sentindo minha falta.
Bel lacrimejando fechou-se séria, como se estivesse tomando uma decisão drástica.
- acho que devo ir-me embora para casa de minha família, por mais que o ame, está difícil agüentar tamanha solidão, sim Alfredo, sou uma mulher fraca, que não suporta tantas mudanças ruins nada vida, estamos naquilo que chamasse de crise, é isso que vivemos esses últimos tempos, como disse sou fraca e preciso me encontrar comigo mesma, isso será bom para nós dois, você é meio ocupado e eu um bocado carente, ficarei melhor ao lado de minha família.
- Como você disse, estamos juntados há anos - murmurou Alfredo com um ar confuso.
- isso não é só um “conviver juntos’’. Somos praticamente casados, sem a benção de Deus, mas de que isso adiantaria? Olhe só o que esta fazendo comigo, não seja egoísta pelo amor de Deus. Bel eu já não tenho palavras para dizer o que deveria, só não conseguirei viver sem você.
Não é você que diz que ando pálido e murcho? Pois bem, sem você, iram me encontrar só as cinzas.
- Alfredo, não venha com desculpas, o tempo já é algo imperdoável. Eu já havia pensado nessa possibilidade de me afastar de você, tomei decição há certeza esta semana, só estava esperando encorajar-me a ponto de dizer-te tudo - Murmurou Bel, sem nem um pingo de piedade na palavra.
- Hoje mesmo irei preparar minha viajem. E por favor, Alfredo, eu o amo com toda sinceridade do mundo, mas terá que desapegar um pouco de mim, pois farei o possível para estar bem onde estiver, espero do fundo de meu coração que faça o mesmo, eu o imploro.
- Se queres assim, assim será. Disse Alfredo.
Pálido de nervoso, consigo mesmo tentava entender-se.
Passara um dia que Bel havia deixado a casa, a casa toda por conta de Alfredo.
Ele ainda estava em processo de encontrar-se diante da situação, pois para ele não seria fácil, isso acontecera de uma hora para outra, como se tudo fosse uma grande fantasia, uma fantasia realmente medonha.
Passaram-se semanas, um mês. E dois meses.
Alfredo já não era aquele homem intelectual como antes, de boa aparência, bem sucedido.
Com a sua ausência ao trabalho, seus lucros diminuíram em uma boa porcentagem.
Decadência o possuía em todos os aspectos.
Já estava bebendo e andava perturbado, com a falta da querida amada.
Em certa manhã Alfredo resolve ler o jornal, coisa que já não estava ao seu habito.
Uma expressão de espanto tomara seu rosto e Alfredo murmurava:
- Maldito seja, isso não pode estar acontecendo.
Em uma coluna de jornal, bem visível está à surpresa aos seus olhos.
Bel iria se casar, sim estava noiva de um milionário, britânico e bem conhecido.
A possibilidade maior é que Bel esteja indo embora, com o maldito.
E a esta reviravolta Alfredo cai em prantos, pois às coisas iam mal, mas antes alguma esperança o preenchia, preenchia aquele agonizante vazio.
Alfredo...Pobre dele, encontrava-se descontrolado.
Naquele final de tarde decidiu comprar uns calmantes para conseguir se reconciliar com a madruga.
Decidiu ouvir um dos seus discos de blues, o seu favorito.
Preparou-se para dormir, um sono longo, é o que ele esperava, se possível acordar depois de dez anos.
Pois lá estava Alfredo com seus comprimidos á mão, pensativo... Não demorou muito até engolir vários num gole só, acompanhando com água.
Deitou-se numa posição confortável, como poderia ficar anos.
Seus últimos pensamentos foram os pedidos que Bel o deixara.
“E, por favor, Alfredo, eu o amo com toda a sinceridade do mundo, mas terá que desapegar um pouco de mim, pois farei o possível para estar bem onde estiver, espero do fundo de meu coração que faça o mesmo, eu o imploro”.
E nos olhos de Bel a sinceridade comandava, e quem diria que por trás daquele olhar doce, estaria o riso, riso pelo meu sofrimento, por me fazer de tolo.
E este pensamento o perseguiu por horas.
Até uma sensação estranha o comandar , Alfred já não podia respirar, e o ultimo filme que viu, foi o filme de sua vida que estava passando com imagens rápidas a sua cabeça. um triste fim, um fim sem explicação.


Kamila F.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Questões da vida.

Um dia eu perguntei ao vento porque caminha de pressa, como se foste levar uma reza.
Ele respondeu-me que caminha acompanhado ao destino, e que juntos sempre fariam as coisas certas.
Como um voar de uma folha, ou o voar de uma alma.

Eu perguntei a saudade, porque permaneceste todo tempo ao meu lado.
Ela respondeu-me que, permanecendo onde esta, sempre será a prova de que eu estou viva, e que ainda tenho um coração.

E as estrelas, companhias inseparáveis, perguntei por que são tão presentes na vida das pessoas solitárias.
Elas responderam-me que seriam as únicas coisas mais brilhantes que algum solitário poderia vigiar, e vigiando o brilho de cada uma delas, esqueceriam um pouco a solidão.

Kamila F.

Não fará mal algum...


Não fará mal algum
Se a chuva cair á minha presença.
Ela ira limpar meu espírito.
Livrando-me das memórias que machucam o coração.
E quando a chuva cair também ira levar-te embora
Assim como leva a poeira do verão.

Meus tempos estão derrocados
Preciso levantar-me.
E assim espero o céu escurecer
E a chuva acontecer, a me percorrer.

Trazendo-me uma nova alma, serena.
Aquela que vive a celebrar
E quando alguém me reencontrar
Ira com lógica pensar:

O quão bem faz as águas do céu
Trazendo o amor, em dias frios e nublados.
Que sem esforço algum, me fazem novamente sonhar.

Kamila F.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Minhas lagrimas caíram em minhas escritas.


Minhas lagrimas caíram em minhas escritas.
Quando percebi que a beleza desse mundo é difícil de encontrar.
Que as coisas ruins estão presentes dentro de cada um, como um complemento.
Onde o amor não pode alcançar.
E é esta desconfiança que me deixa levar.
Desconfiança que mata.
Que me isola.
Isolando-me de cada tentativa de amar
Amar como as cores amam um papel.
Talvez a solidão me persiga como se fosse minha única companhia.
Eu já não tenho medo de estar sózinha
Nem em um dia de domingo.
Eu sempre encontro-me em mim mesma.
É isso que me faz viver.


Kamila F.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sonho distante.


Eu sonhei distante
Um sonho radiante
Sonhei com um perfeito amante
Via-o ofegante, com o seu riso.
Riso eterno, eterno como se fosse anjo.

Encontrei-me nos seus olhos
Olhos tão reavivados.
Afoguei-me naquele coração renovado
Que me salvava distante
Distante da solidão.

É hoje o dia que acordo-me
Aparentemente triste.
Deixei minha vida, vida meio sonhada.
Perdida dentro do meu coração
Afinal, quem não sonha com o coração (?).

E ao meu amante peço perdão
Minha presença foi em vão.
Mas é meu coração que julgo.
Pois é um agravo acordar do mundo, mundo do amor, do sonho, dos anjos.
E viver a realidade, que modesta a parte, não tem piedade.

Kamila F.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Respostas secretas.


Andava meio desligada
Com uma memória vaga
Andava meio sensata
Perdi minhas conclusões exatas.

Busquei a resposta clara
Do lógico e positivo
Eu me ocupei com o mundo
Num espaço quanto perdido.

Caminhava em um tempo frenético
Tempo que envolve o nexo
Nexo de ser ou estar
Do sim ou do não
Do querer ou do poder.

Assim eu me rendi ao fim
Pois não haveria tempo para mim
Para saber respostas secretas
Do tudo
Dos livros
Do mundo.

Kamila F.

Metade - Adriana Calcanhotto




Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?...

Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?...
-


Desde seu nascimento, em 03 de outubro de 1965, Adriana Calcanhotto ouve música de qualidade. Seu pai era baterista de uma banda de jazz e bossa nova, e sua mãe, bailarina. O repertório de músicas ouvidas em sua infância era banhado de Astor Piazzola a Milles Davis e João Gilberto. Ao iniciar seus estudos de música em 1977, teve como influência de seu professor os músicos Tom Jobim e João Donato. Além da música, Adriana é uma assídua leitora de publicações sobre Modernismo no Brasil e em algumas fases da sua vida chegou a largar a música para atuar como ‘performer’ em peças teatrais e se dedicar à composição.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Novembro.


Ao caminho dos pássaros
Caminho com você
No branco dos seus olhos
Busco o branco da neve
Branco para distinguir o amor

Com suas mãos gélidas
Eu me congelo
Num dia quente, de novembro.
Talvez seja tamanha emoção
De me hospedar ao seu coração.

E eu tentando alcançar a realeza das palavras
A pureza do carinho
Naquele momento tão lindo...

E agora que fostes embora, para um lugar distante
Busco-te nas nuvens
E nelas, Poderei ver
Seu rosto ao amanhecer.

E quando o intenso inverno chegar.
A sensação de suas mãos gélidas e protetoras
Irá me acompanhar, sozinha ao caminho dos pássaros.



Dedicado a Rafaela.


Kamila F.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ao topo da vida.

Eu estive um tempo longe
E o tempo longe de mim.
Fiquei vagando consciente pelas águas
Que me levaram contra a realidade.
Estive desabado de espírito
Encontrei-me no seu coração.
Estava esperando respirar
Respirar o cheiro das rosas.
Acabei respirando o seu perfume
Ele me salvou da sombra
Sombra da solidão
Fez-me despertar no céu
Aquele clarão que chamamos de compaixão
Com seus olhos consegui enxergar o chão.
Sua generosidade levou-me ao topo da vida.
Ao topo da sua vida.

Kamila F.

Tempos de passarinho.


Nos seus olhos profundos
Eu me entrego
Com lagrimas cor de cristal
Eu te julgo
Com o verde da grama
Eu me rendo
Com o destino da pipa
Eu me vou
Com o desfazer das pétalas
Eu me desfaço
Em você irei me empilhar, pois
Você é o meu caminho
E eu, seu passarinho
Sem rumo
Sem emoção
Mas sempre com uma direção
Aquela triste canção
Aquele lindo entardecer de tempo
Tempos de passarinho.

Kamila F.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Beldade és essência de vida.


Beldade do por do sol, traga-me a profundeza da vida, dê claridade às arvores, e amor ao céu.
Beldade do nascer do sol mostre-me a tristeza do horizonte, tristeza melancólica.
Ânimo do desânimo, tristeza de tamanha beleza.
Beldade do horizonte que me grita um grito intenso de desespero.
Desespero do sentimento incompleto, existência eterna.

Beldade, traga-me essa profunda realeza de viver em nobreza á tanta beleza da natureza.
Traga-me para morar dentro de mim, a realidade dos tempos, céu, terra, e mar.
Deixe-me navegar ao naufrago das mágoas.
Voar no céu da neblina.
E me enterrar com a terra das covas.
E após disso, faça-me reviver, já que és essência de vida.

Kamila F.

Vida dos consolados pelo amor do vazio.

Estar ou não estar com o conforto dentro de si mesmo?
Isso já não fará diferença.
Quando se contenta com a solidão
nada te impressiona.
O que carrego comigo é o prazer da natureza
a beleza da terra, e da melodia.
Isso é a vida
vida dos consolados pelo amor do vazio.
Por um período eu estarei bem
gélida dentro de mim.
Mas um dia terei de me desfazer
talvez encontre alguém para me acolher.
E se eu não encontrar, irei me desfazer na poesia
e assim vai ser.
Nascer nela e morrer nela, como se fosse um lar.
Um lar para as minhas tristezas
sonhos e para minha própria proeza.

Kamila F.

Canção quase melancólica - Cecília Meireles.


Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?

Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Eu estive.


Eu estive nas estrelas, mas já voltei.
Estive naquele olhar que me lembra a aurora.
Mergulhei nele até achar o outro lado do mundo

Estive na aurora,
Aurora que me lembra o mundo
Que me fez entra naquele olhar
Mergulhei nas estrelas.
Que logo fizeram-me voltar.

Kamila F.

Uma carta para Mr. Gray.


Dorian Gray nos seus olhos eu vejo a pura inocência. Mas a sociedade o reverteu de alguma forma, te corrompendo.
Era romântico como ninguém, nunca havia lido coisa igual, um homem com tanta gentileza e verdadeira compaixão ás palavras.
Pobre de Sibyl Vane que já foi sua linda Julieta, e agora se torna um mistério para você.
Julieta ela foi até morrer, viveu de amor morreu de amor.
E você, Dorian? O que ganha com a perturbação de seu retrato?
É a sua alma que esta exposta ali, tão pobre.
Não siga os pensamentos de Lord Henry Wotton, ele o transformou de uma forma como se nascesse de novo. Ele é apenas um canalha que pensa.
De certa maneira pensa com lógica, mas o pensamento acompanhado á lógica às vezes erra.
Certo estava Basil Hallward, no começo te descrevendo de maneira encantadora, me fazendo suspirar.
Seus olhos azuis como o céu, e seu cabelo dourado, era tão intelectual, onde foi parar a sua inteligência? Isso é um mistério para mim. Você era como todos os diferentes ingleses de “ouro”, é, era aquilo que você era.
Basil Hallward só quis te salvar de todas as torturas da sociedade, e você simplesmente o matou (precipitou-se sobre ele e enfiou a faca na grande artéria que fica atrás da orelha, esmagando-lhe a cabeça na mesa e apunhalando-o repetidas vezes) foi tão covarde, deixou-se influenciar por uma simples obra, obra de Basil Hallward, mas que não deixava de ser você, de corpo, talvez de espirito.
E de que adiantou querer a mocidade eternamente, sendo que só morrendo poderia dar a vida ao seu terrível retrato.


-

O retrato de Dorian Gray, foi um livro que certamente me encantara muito, fez-me refletir, fazendo-me pensar pelo personagem Mr. Gray. Que de certo modo me prendeu por demais.
Sem palavras para descrever como Oscar Wilde (autor) soube lidar com uma história vista de minha parte, bem fantasiada, mas que não deixou de fazer-me mergulhar num mundo de pura realidade.
É um livro que da minha parte recomendo com muita fidúcia.

é de tanto apego, que faço uma carta á Dorian Gray.

http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=qM257hm5-jQ


Kamila F.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Infância é meu Espólio.


Eu me lembro daquela manhã, onde acordava com o sol em minha face.
Era primavera, um dia frio com sol, a claridade tomava conta do quarto, que ontem não era tão abafadiço como hoje.
Era época dos ipês amarelos, era o que mostrava a realidade de um dia tão esperançoso.
E o vento que passava pela janela, era algo como uma bela musica.
Fazia-me respirar fundo, como se tudo ao meu redor fosse um “espólio”.
Sim era o meu espólio que hoje me traz tanta nostalgia.
Eram tempos de infância, tempos de criança, que trazia esperança, sempre consigo.
Eram tempos de absorver a bondade da natureza, absorver aquilo que chamamos de amor ao próximo.
Amor que era fabricável era algo extremoso que todos nós crianças apreciávamos com exultação, pois éramos inocentes e tínhamos o “infinito” á mente.
Que sentimento nostálgico carrego comigo hoje, ao relembrar de cada façanha, cada pensamento, e momento.
Que tristeza tenho nos dias frios com sol, e na época que no chão encontro os ipês amarelos daquele tempo que parecia o infinito a nossa mente.

Kamila F.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mistério infinito da noite abismal.


Noite que és tão abismal, me engula com o brilho das estrelas.
Mostre-me seu interior, seu choro de ser tão romântica e tão escura.
Há tamanha compreensão a nós que aqui de baixo de vós, nos sentimos tão feridos?
Queria sentir-me completa como os astrais, que se completam com o incompleto.
Conte-me a historia dá lua, dizem que és tão linda pela beleza do amor impossível.
E o sol brilha como diamante, por estar apelando o carinho de uma amante.
Um dia desses olharei para o seu infinito e revelarei as minhas profundas confissões.
Como um ato de carinho, de amor, a vós querida noite, que me acolhe como uma filha, como uma amante.
-

Hoje comentáram comigo: " você parece que inveja o céu".

Epitáfio.


Hoje quero escrever algo sobre meu dia.
Meu primeiro dia do colégio foi algo realmente comum, estudo com a maioria das pessoas do ano anterior, só conheci alguns professores.

E hoje uma professora, nos passou a musica dos titãs “epitáfio”.
Tudo bem que parece algo clichê, mas me fez parar para pensar.
Como as pessoas de hoje são tão ignorantes? A ponto de não aproveitar...
Chorar mais
Se arriscar mais.
Errar mais.
E ver o sol nascer. (?)

Talvez eu não seja a pessoa que mais aproveite a vida, mas eu tenho uma completa consciência de que eu devo deixar todas as coisas a minha volta muito esclarecidas, aproveitar o que eu posso o que eu gosto.
Acho que a vida é como se fosse um brinquedo, devemos aproveitar até o ultimo instante, quebrar ela é tão fácil, e não tem tempo, nem hora, nem ano para ela se ir.

E eu andei pensando que ainda escreverei meu epitáfio, é algo estranho, mas eu quero ter tempo de deixar uma mensagem bem pessoal às pessoas que eu gosto e á eu mesma.
Quero uma homenagem para marcar a minha vida nesta terra, quero nesse tempo pensar em tudo o que ocorreu até os tempos de hoje, coisas que sentirei falta, que agradecerei por terem saído da minha vida, vitórias, fracassos, choros, risadas.
Eu quero deixar isso marcado como uma lembrança.
Eu escreverei e postarei aqui, se eu tiver tempo é claro, espero que tenha.

Mas acho que todos vocês poderiam pensar em como á vida é bela, mesmo com todos os sofrimentos do mundo, e é sempre bom lembrar-se que felicidade não é tudo, é também um fracasso.


Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...

Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...”

Apenas um recado.

Tomara que o brilho do seu coração floresça nas flores mais belas.
Que a sua fatuidade esteja nos seus olhos, sempre.
Que a chuva caia em você como um ato de glória.
E que a sorte seja uma façanha aos que estão a sua volta.

Kamila F.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O que importa é o que te faz viver de novo.

O que importa é o que te faz viver de novo.
O que vale hoje é a prova das coisas que você deixa para trás.
É a madrugada, que hoje já não existe mais para você... Para ninguém.
Já é de manhã, e é hora de dizer Adeus... É hora de se desapegar, do ontem.
É tempo de sorrir diferente, de chorar diferente, de olhar diferente.
Acreditar na bonita paisagem que antes não era tão bonita, mas hoje, quão bonita ela é.
E hoje quão bonito é, é domingo, é o ultimo dia da semana.
É sempre o pior, mas o pior para mim, é sempre o mais bonito.
É o dia que me faz reviver, ou melhor, viver de novo, um de novo alegre.

Kamila F.

Deborah.


A menina leva consigo por dentro a visão de ser tão só.
Mas é tão forte, que se contenta com a própria presença.
Parece ter a mudança, sempre mantida em sua alma.
Alma, que nem mesmo ela acredita que exista.
Não é de ter fé, mas deve pensar que as coisas mais existentes, existam nas coisas simples.
Coisas simples que te façam bem, por mais que esteja tão agoniada, pela pressão de achar que está em um mundo fechado, fechado para ela, que talvez esteja cansada por dentro, por sempre faltar algo, ou não.
E o brilho dos seus olhos, é um brilho parecido com a lua, lua que às vezes é tão clara, ou às vezes nem aparece pelo céu nublado.
Talvez seja isso que me faz cada vez admira-lá mais e mais.
Pois eu sei que não se entende o bastante.
Mas me entende completamente, a cada hora a cada dia a cada mês e a cada ano.

-
Agora não é uma manhã, mas o céu me lembra você, por estar tão cinza, um cinza com azul, meio triste, meio feliz.

Eu te amo Deborah!


Dedicada á ela mesmo, que me faz viver sempre, e de novo.

Kamila F.

Felicidade, a onde te acharei?

Felicidade, a onde te acharei?
Você passa tão rápido, quando vi, já se foi.
Poderia passar comigo esta noite?
Contar-me contos para que eu durma.
Você é tão momentânea, nem deve se entender.
É tão adorada, e às vezes enjoativa.
Eu te vejo só de relance, parece que ainda não cansei de tentar alcançar-lá.
Adorável felicidade dê valor aos que te procuram.
Faça sorrir os que mereçam, mas não abata os imperdoáveis.

Kamila F.



-
Acho que alguém que me faz sentir tão diferente, que me traz um pouco disso que chamamos de animo, precise de algum texto aqui. Deborah em uma manhãzinha que for a sua cara escreverei algo para te descrever, ou melhor, descrever o carinho que sinto por você!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A voz maior é a da poesia...


A voz maior é a da poesia
Poesia que despeja todos os sentidos da vida
É vomitando para fora a podridão
E expondo num papel a sua reação.
É vivendo para escrever que se cresce que se preza.




Os escritores são as fontes para o mundo
São eles que nos levam embora dessa vida medíocre.
São os que nos fazem viajar pelo túnel dos debates e reflexões.




São os livros, pequenas bíblias expondo a verdadeira realidade.
É a visão de um modo totalmente complexo, sem ignorância, é o que os deixam mais fascinantes.
Alguns trazem dramas, mistério, romantismo, tristeza, decepção.
Mas de qualquer forma á alguma experiência a aprender, a cada frase, a cada palavra.

Kamila F.

Ausência da morte.

Nem o soneto da compaixão
Trará á vida aquele pobre amor que já não estais na terra
Nem as pétalas mais brancas mágicas e milagrosas, cheias de romantismo farão o despertar.
Nem a oração mais suplica terá piedade de mim.
Quem dera se minhas lagrimas que hoje me afogam pudessem me levar ao paraíso
Quem me dera tão só esperar de boca amarga o seu beijo que desafiaria o céu para me fazer reviver.
E você mágico luar?O que esta esperando para me salvar? roubais o bilho dos meus olhos, é mais egoísta do que eu pensava.
Meu amor irá me guardar, e quando as folhas dos ipês amarelos o chão encontrar, você irá me visitar.
É ao teu tumulo irei descansar e descansar á eterninadade inteira, pois nada é tão ruim quanto a sua ausência;
Ausência da morte, que de mim tira tudo e que me faz amargurar ao amanhecer.

Kamila F.

Entre primavera e outono


Criatura és tão sem vida, que posso ver a transparência de seu coração.
És tão gelada que me dói o pensamento de relembrar, és tão incompleta que me faz chorar.
Precisa se viver enquanto são tempos de primavera a outono, enquanto o sol encontra a terra no seu por da tarde.
Necessita-se respirar o ar do amor, amor que nunca cala, que não desgasta, e que só completa aquilo que chamamos de vazio.
Não se precisa viver sozinha, enquanto o céu der a lua e as estrelas para se apreciar, e para mostrar que essa beleza da natureza ainda é o gesto de romantismo que só os amantes entendem.
O caminho á ser tomado é a direção ao caminho da vida, ao jardim que ali pertencem às rosas vermelhas, os lírios, girassóis, e acácia, bela árvore que simboliza a imortalidade.
Esteja bem consigo mesmo, aprenda a viver para amar, e amar para morrer.
Quem morre amando nunca morre, apenas descansa a espera do amor eterno.
Ache alguém para estar ao entardecer, ao esfriar, onde aqui nem os sonhos mais belos iram restar.

Kamila F.