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sábado, 28 de fevereiro de 2009

O amor nunca foi um ato de glória, muitas vezes é necessidade de sofrimento.
As pessoas que amam esbanjam tristezas.
E as pessoas que pensam sem amar esbanjam virtudes.

Kamila F.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Olhar de gente grande.

Era aquele azul do céu que não se cala.
Como a velocidade do vento que trazia as folhas secas, eu caminhava com você.
E você havia crescido seu olhar já era de gente grande, como o meu.
Era outono e aquele frio permanecia em nosso interior.
Eu a via, parecia uma boneca, o seu cabelo dourado e sua boca vermelha, sua beleza não me deixava adormecer, quando nós resolvemos deitar ali na grama.
Deitamos perto daquela árvore, onde estavam registrados nossos nomes, nomes de infância.
Por um momento o meu mundo parou, e eu flutuei.
Eu voltei a vê-la como um passarinho, doce inocente, e livre.
É engraçado, como estávamos aqui, estávamos crianças no mesmo lugar de hoje, á dez anos atrás.
Eu te via recitando poemas, aqueles que você às vezes escrevia para mim, com toda graça do mundo.
Às vezes você até identificava-me nos poemas das suas escritoras favoritas.
Eu sempre te achava minha poetisa.
Depois de recitar-me algum poema, você sempre se escondia, ficava linda tímida.
Na mesma hora que se escondeu você se levantou e eu a agarrei sua cintura, como se pedisse para ficar.
Você me puxou e beijou-me com os olhos, eu mergulhei dentro deles.
Como sempre você alegre decidiu cantarolar aquele poema em forma de canção:

- Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração;
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança.
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida,
A minha face?

Parece que a vejo dizer que este poema foi feito para mim.
Você me puxou bem firme, olhou com seu olhar de criança e gritou:
- vamos correr?
Corríamos mais de pressa que as nuvens cor de cinza triste.
E agora te pego me acordando, me levantando da grama.
Já não somos mais crianças como imaginei a um segundo atrás.
Mas você me fita com os seus olhos que ainda me fazem mergulhar
Com seu olhar que hoje é de gente grande.
E você sussurra baixinho:
- Vamos correr?


Kamila F.

A morte de Clarice Lispector


Enquanto te enterravam no cemitério judeu
do Caju
(e o clarão de teu olhar soterrado
resistindo ainda)
o táxi corria comigo à borda da Lagoa
na direção de Botafogo
as pedras e as nuvens e as árvores
no vento
mostravam alegremente
que não dependem de nós .


Ferreira Gullar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


“Uma jovem Mariam está sentada junto á mesma, fazendo uma boneca á luz de uma lamparina a óleo. Esta cantarolando. Tem o rosto suave e juvenil, o cabelo foi lavado e esta penteado para trás. E não lhe falta nenhum dente.
Laila a vê colar pedaços de lã na cabeça da boneca. Em poucos anos essa menina vai ser uma mulher que pede muito pouco da vida, que nunca incomoda ninguém, que nunca deixa transparecer que ela também tem tristezas, desapontamentos, sonhos que foram menosprezados. Uma mulher cuja generosidade, longe de ser contaminada, foi forjada pelas turbulências que se abateram sobre ela. Laila já consegue ver algo nos olhos daquela menina, algo tão arraigado que nem Rashid nem os talibãs conseguiriam destruir. Algo tão rijo e inacabável quanto um bloco de calcário. Algo que, afinal acabou sendo uma ruína e a salvação de Laila. A menina ergue os olhos. Deixa a boneca de lado. E sorri.
- ‘Laila jô?”



Não se podem contar as luas que brilham em seus telhados,
Nem os mil sóis esplêndidos que se escondem por trás de seus muros.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

amor de mãe, amor de filha.

Nos seus olhos eu vejo o risco admirável da atenção.
Suas palavras me trazem consolação.
Quando precisar, irei cuidar de você até o amanhecer.
Seria a forma de agradecer, por enriquecer meu coração.
Se um dia estiver longe, alem do horizonte.
É por você que irei rogar, até o ultimo instante.
Pois não a nada que separe amor e companhia
Um amor de mãe, um amor de filha.

Para uma linda mãe, linda como uma flor.

Kamila F.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Inspiração.

De onde vem inspiração?
Encontro-te nas manhas de domingo.
Manhãs azuis, tristes e quietas.
Você acompanhada com a nostalgia
Trazem-me a razão.
Razão, que talvez eu caminhe em círculos.
Seguindo meu coração
Que às vezes chora, ri.
Ou Implora aquela canção, para dormir nas nuvens.
Nuvens brancas, como rosas, que trazem cheiro de um novo dia.

Por quando tempo inspiração?
Por quanto tempo ira consolar minha mente?
Ainda meio fluente, deixando-me contente.
Trarei ao mundo uma nova visão.
Então ajude-me á ajudar-me, não a nada que me entenda como você.

Inspiração tenha compaixão... Não me deixe só, assim tão vaga, assim tão em vão.

Kamila F.

A ida de Bel.

Rio de Janeiro - 1995 moravam Luiz Alfredo e Bel Murphy um casal estranho como difamara a vizinhança.
Bel era a chamada louca entre região, por não ser tão hipócrita em vista das outras pessoas, e ser uma escritora iniciante.
Luiz Alfredo era um executivo popular, muito ocupado, dedicava sua vida ao trabalho. E sofria grande pressão entre a sociedade.
Por ser tão importante, já não tivera tanto tempo com a sua mulher.
Entre uma manhã de setembro - primavera, Alfredo desejara sair de sua casa, tomar ar fresco e presenciar o amor de sua mulher, com a natureza que a brindava.
murmurou Alfredo com toda a atenção:
- Bel, esta tão pensativa, em que pensaste nessas horas da manhã?
Alfredo com medo de sua resposta á fitou com um olhar de piedade.
Bel desapontada, murmurou:
- estava pensando em uma coisa que me chama a atenção a cada dia destes últimos anos que temos compartilhados juntos. A uma coisa estranha em sua alma Alfredo, você não vê? Esta cada vez mais só, como se o mundo fosse um preto no branco, como se as perturbações das ruas, viesse com você para a sua vida familiar, você sim já deve estar ficando louco, pura ingratidão me tratar assim, como se tudo estivesse no seu devido lugar. Era tão folgazão, é agora já esta pálido e murcho.
Alfredo entristeceu ao ouvir cada palavra dita pela mulher, que realmente amava, mas estava disposto a acreditar que ela tivera toda a razão, já não se lembrava que tinha uma esposa, a qual deveria se dedicar e ter hora para apreciar.
Ele com o poder e gratidão da palavra dirigiu-se e pronunciou-se:
- Querida, meu amor... Acha que esta vida que levo é digna para mim?
Sofro com você, ao entardecer, ao pensar que estas só, existe nada tão terrível e amargurante do que te ver assim, pois sei com que sempre estará sentindo minha falta.
Bel lacrimejando fechou-se séria, como se estivesse tomando uma decisão drástica.
- acho que devo ir-me embora para casa de minha família, por mais que o ame, está difícil agüentar tamanha solidão, sim Alfredo, sou uma mulher fraca, que não suporta tantas mudanças ruins nada vida, estamos naquilo que chamasse de crise, é isso que vivemos esses últimos tempos, como disse sou fraca e preciso me encontrar comigo mesma, isso será bom para nós dois, você é meio ocupado e eu um bocado carente, ficarei melhor ao lado de minha família.
- Como você disse, estamos juntados há anos - murmurou Alfredo com um ar confuso.
- isso não é só um “conviver juntos’’. Somos praticamente casados, sem a benção de Deus, mas de que isso adiantaria? Olhe só o que esta fazendo comigo, não seja egoísta pelo amor de Deus. Bel eu já não tenho palavras para dizer o que deveria, só não conseguirei viver sem você.
Não é você que diz que ando pálido e murcho? Pois bem, sem você, iram me encontrar só as cinzas.
- Alfredo, não venha com desculpas, o tempo já é algo imperdoável. Eu já havia pensado nessa possibilidade de me afastar de você, tomei decição há certeza esta semana, só estava esperando encorajar-me a ponto de dizer-te tudo - Murmurou Bel, sem nem um pingo de piedade na palavra.
- Hoje mesmo irei preparar minha viajem. E por favor, Alfredo, eu o amo com toda sinceridade do mundo, mas terá que desapegar um pouco de mim, pois farei o possível para estar bem onde estiver, espero do fundo de meu coração que faça o mesmo, eu o imploro.
- Se queres assim, assim será. Disse Alfredo.
Pálido de nervoso, consigo mesmo tentava entender-se.
Passara um dia que Bel havia deixado a casa, a casa toda por conta de Alfredo.
Ele ainda estava em processo de encontrar-se diante da situação, pois para ele não seria fácil, isso acontecera de uma hora para outra, como se tudo fosse uma grande fantasia, uma fantasia realmente medonha.
Passaram-se semanas, um mês. E dois meses.
Alfredo já não era aquele homem intelectual como antes, de boa aparência, bem sucedido.
Com a sua ausência ao trabalho, seus lucros diminuíram em uma boa porcentagem.
Decadência o possuía em todos os aspectos.
Já estava bebendo e andava perturbado, com a falta da querida amada.
Em certa manhã Alfredo resolve ler o jornal, coisa que já não estava ao seu habito.
Uma expressão de espanto tomara seu rosto e Alfredo murmurava:
- Maldito seja, isso não pode estar acontecendo.
Em uma coluna de jornal, bem visível está à surpresa aos seus olhos.
Bel iria se casar, sim estava noiva de um milionário, britânico e bem conhecido.
A possibilidade maior é que Bel esteja indo embora, com o maldito.
E a esta reviravolta Alfredo cai em prantos, pois às coisas iam mal, mas antes alguma esperança o preenchia, preenchia aquele agonizante vazio.
Alfredo...Pobre dele, encontrava-se descontrolado.
Naquele final de tarde decidiu comprar uns calmantes para conseguir se reconciliar com a madruga.
Decidiu ouvir um dos seus discos de blues, o seu favorito.
Preparou-se para dormir, um sono longo, é o que ele esperava, se possível acordar depois de dez anos.
Pois lá estava Alfredo com seus comprimidos á mão, pensativo... Não demorou muito até engolir vários num gole só, acompanhando com água.
Deitou-se numa posição confortável, como poderia ficar anos.
Seus últimos pensamentos foram os pedidos que Bel o deixara.
“E, por favor, Alfredo, eu o amo com toda a sinceridade do mundo, mas terá que desapegar um pouco de mim, pois farei o possível para estar bem onde estiver, espero do fundo de meu coração que faça o mesmo, eu o imploro”.
E nos olhos de Bel a sinceridade comandava, e quem diria que por trás daquele olhar doce, estaria o riso, riso pelo meu sofrimento, por me fazer de tolo.
E este pensamento o perseguiu por horas.
Até uma sensação estranha o comandar , Alfred já não podia respirar, e o ultimo filme que viu, foi o filme de sua vida que estava passando com imagens rápidas a sua cabeça. um triste fim, um fim sem explicação.


Kamila F.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Questões da vida.

Um dia eu perguntei ao vento porque caminha de pressa, como se foste levar uma reza.
Ele respondeu-me que caminha acompanhado ao destino, e que juntos sempre fariam as coisas certas.
Como um voar de uma folha, ou o voar de uma alma.

Eu perguntei a saudade, porque permaneceste todo tempo ao meu lado.
Ela respondeu-me que, permanecendo onde esta, sempre será a prova de que eu estou viva, e que ainda tenho um coração.

E as estrelas, companhias inseparáveis, perguntei por que são tão presentes na vida das pessoas solitárias.
Elas responderam-me que seriam as únicas coisas mais brilhantes que algum solitário poderia vigiar, e vigiando o brilho de cada uma delas, esqueceriam um pouco a solidão.

Kamila F.

Não fará mal algum...


Não fará mal algum
Se a chuva cair á minha presença.
Ela ira limpar meu espírito.
Livrando-me das memórias que machucam o coração.
E quando a chuva cair também ira levar-te embora
Assim como leva a poeira do verão.

Meus tempos estão derrocados
Preciso levantar-me.
E assim espero o céu escurecer
E a chuva acontecer, a me percorrer.

Trazendo-me uma nova alma, serena.
Aquela que vive a celebrar
E quando alguém me reencontrar
Ira com lógica pensar:

O quão bem faz as águas do céu
Trazendo o amor, em dias frios e nublados.
Que sem esforço algum, me fazem novamente sonhar.

Kamila F.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Minhas lagrimas caíram em minhas escritas.


Minhas lagrimas caíram em minhas escritas.
Quando percebi que a beleza desse mundo é difícil de encontrar.
Que as coisas ruins estão presentes dentro de cada um, como um complemento.
Onde o amor não pode alcançar.
E é esta desconfiança que me deixa levar.
Desconfiança que mata.
Que me isola.
Isolando-me de cada tentativa de amar
Amar como as cores amam um papel.
Talvez a solidão me persiga como se fosse minha única companhia.
Eu já não tenho medo de estar sózinha
Nem em um dia de domingo.
Eu sempre encontro-me em mim mesma.
É isso que me faz viver.


Kamila F.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sonho distante.


Eu sonhei distante
Um sonho radiante
Sonhei com um perfeito amante
Via-o ofegante, com o seu riso.
Riso eterno, eterno como se fosse anjo.

Encontrei-me nos seus olhos
Olhos tão reavivados.
Afoguei-me naquele coração renovado
Que me salvava distante
Distante da solidão.

É hoje o dia que acordo-me
Aparentemente triste.
Deixei minha vida, vida meio sonhada.
Perdida dentro do meu coração
Afinal, quem não sonha com o coração (?).

E ao meu amante peço perdão
Minha presença foi em vão.
Mas é meu coração que julgo.
Pois é um agravo acordar do mundo, mundo do amor, do sonho, dos anjos.
E viver a realidade, que modesta a parte, não tem piedade.

Kamila F.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Respostas secretas.


Andava meio desligada
Com uma memória vaga
Andava meio sensata
Perdi minhas conclusões exatas.

Busquei a resposta clara
Do lógico e positivo
Eu me ocupei com o mundo
Num espaço quanto perdido.

Caminhava em um tempo frenético
Tempo que envolve o nexo
Nexo de ser ou estar
Do sim ou do não
Do querer ou do poder.

Assim eu me rendi ao fim
Pois não haveria tempo para mim
Para saber respostas secretas
Do tudo
Dos livros
Do mundo.

Kamila F.

Metade - Adriana Calcanhotto




Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?...

Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim...

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será
Que você está agora?...
-


Desde seu nascimento, em 03 de outubro de 1965, Adriana Calcanhotto ouve música de qualidade. Seu pai era baterista de uma banda de jazz e bossa nova, e sua mãe, bailarina. O repertório de músicas ouvidas em sua infância era banhado de Astor Piazzola a Milles Davis e João Gilberto. Ao iniciar seus estudos de música em 1977, teve como influência de seu professor os músicos Tom Jobim e João Donato. Além da música, Adriana é uma assídua leitora de publicações sobre Modernismo no Brasil e em algumas fases da sua vida chegou a largar a música para atuar como ‘performer’ em peças teatrais e se dedicar à composição.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Novembro.


Ao caminho dos pássaros
Caminho com você
No branco dos seus olhos
Busco o branco da neve
Branco para distinguir o amor

Com suas mãos gélidas
Eu me congelo
Num dia quente, de novembro.
Talvez seja tamanha emoção
De me hospedar ao seu coração.

E eu tentando alcançar a realeza das palavras
A pureza do carinho
Naquele momento tão lindo...

E agora que fostes embora, para um lugar distante
Busco-te nas nuvens
E nelas, Poderei ver
Seu rosto ao amanhecer.

E quando o intenso inverno chegar.
A sensação de suas mãos gélidas e protetoras
Irá me acompanhar, sozinha ao caminho dos pássaros.



Dedicado a Rafaela.


Kamila F.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ao topo da vida.

Eu estive um tempo longe
E o tempo longe de mim.
Fiquei vagando consciente pelas águas
Que me levaram contra a realidade.
Estive desabado de espírito
Encontrei-me no seu coração.
Estava esperando respirar
Respirar o cheiro das rosas.
Acabei respirando o seu perfume
Ele me salvou da sombra
Sombra da solidão
Fez-me despertar no céu
Aquele clarão que chamamos de compaixão
Com seus olhos consegui enxergar o chão.
Sua generosidade levou-me ao topo da vida.
Ao topo da sua vida.

Kamila F.

Tempos de passarinho.


Nos seus olhos profundos
Eu me entrego
Com lagrimas cor de cristal
Eu te julgo
Com o verde da grama
Eu me rendo
Com o destino da pipa
Eu me vou
Com o desfazer das pétalas
Eu me desfaço
Em você irei me empilhar, pois
Você é o meu caminho
E eu, seu passarinho
Sem rumo
Sem emoção
Mas sempre com uma direção
Aquela triste canção
Aquele lindo entardecer de tempo
Tempos de passarinho.

Kamila F.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Beldade és essência de vida.


Beldade do por do sol, traga-me a profundeza da vida, dê claridade às arvores, e amor ao céu.
Beldade do nascer do sol mostre-me a tristeza do horizonte, tristeza melancólica.
Ânimo do desânimo, tristeza de tamanha beleza.
Beldade do horizonte que me grita um grito intenso de desespero.
Desespero do sentimento incompleto, existência eterna.

Beldade, traga-me essa profunda realeza de viver em nobreza á tanta beleza da natureza.
Traga-me para morar dentro de mim, a realidade dos tempos, céu, terra, e mar.
Deixe-me navegar ao naufrago das mágoas.
Voar no céu da neblina.
E me enterrar com a terra das covas.
E após disso, faça-me reviver, já que és essência de vida.

Kamila F.

Vida dos consolados pelo amor do vazio.

Estar ou não estar com o conforto dentro de si mesmo?
Isso já não fará diferença.
Quando se contenta com a solidão
nada te impressiona.
O que carrego comigo é o prazer da natureza
a beleza da terra, e da melodia.
Isso é a vida
vida dos consolados pelo amor do vazio.
Por um período eu estarei bem
gélida dentro de mim.
Mas um dia terei de me desfazer
talvez encontre alguém para me acolher.
E se eu não encontrar, irei me desfazer na poesia
e assim vai ser.
Nascer nela e morrer nela, como se fosse um lar.
Um lar para as minhas tristezas
sonhos e para minha própria proeza.

Kamila F.

Canção quase melancólica - Cecília Meireles.


Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?

Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Eu estive.


Eu estive nas estrelas, mas já voltei.
Estive naquele olhar que me lembra a aurora.
Mergulhei nele até achar o outro lado do mundo

Estive na aurora,
Aurora que me lembra o mundo
Que me fez entra naquele olhar
Mergulhei nas estrelas.
Que logo fizeram-me voltar.

Kamila F.

Uma carta para Mr. Gray.


Dorian Gray nos seus olhos eu vejo a pura inocência. Mas a sociedade o reverteu de alguma forma, te corrompendo.
Era romântico como ninguém, nunca havia lido coisa igual, um homem com tanta gentileza e verdadeira compaixão ás palavras.
Pobre de Sibyl Vane que já foi sua linda Julieta, e agora se torna um mistério para você.
Julieta ela foi até morrer, viveu de amor morreu de amor.
E você, Dorian? O que ganha com a perturbação de seu retrato?
É a sua alma que esta exposta ali, tão pobre.
Não siga os pensamentos de Lord Henry Wotton, ele o transformou de uma forma como se nascesse de novo. Ele é apenas um canalha que pensa.
De certa maneira pensa com lógica, mas o pensamento acompanhado á lógica às vezes erra.
Certo estava Basil Hallward, no começo te descrevendo de maneira encantadora, me fazendo suspirar.
Seus olhos azuis como o céu, e seu cabelo dourado, era tão intelectual, onde foi parar a sua inteligência? Isso é um mistério para mim. Você era como todos os diferentes ingleses de “ouro”, é, era aquilo que você era.
Basil Hallward só quis te salvar de todas as torturas da sociedade, e você simplesmente o matou (precipitou-se sobre ele e enfiou a faca na grande artéria que fica atrás da orelha, esmagando-lhe a cabeça na mesa e apunhalando-o repetidas vezes) foi tão covarde, deixou-se influenciar por uma simples obra, obra de Basil Hallward, mas que não deixava de ser você, de corpo, talvez de espirito.
E de que adiantou querer a mocidade eternamente, sendo que só morrendo poderia dar a vida ao seu terrível retrato.


-

O retrato de Dorian Gray, foi um livro que certamente me encantara muito, fez-me refletir, fazendo-me pensar pelo personagem Mr. Gray. Que de certo modo me prendeu por demais.
Sem palavras para descrever como Oscar Wilde (autor) soube lidar com uma história vista de minha parte, bem fantasiada, mas que não deixou de fazer-me mergulhar num mundo de pura realidade.
É um livro que da minha parte recomendo com muita fidúcia.

é de tanto apego, que faço uma carta á Dorian Gray.

http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=qM257hm5-jQ


Kamila F.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Infância é meu Espólio.


Eu me lembro daquela manhã, onde acordava com o sol em minha face.
Era primavera, um dia frio com sol, a claridade tomava conta do quarto, que ontem não era tão abafadiço como hoje.
Era época dos ipês amarelos, era o que mostrava a realidade de um dia tão esperançoso.
E o vento que passava pela janela, era algo como uma bela musica.
Fazia-me respirar fundo, como se tudo ao meu redor fosse um “espólio”.
Sim era o meu espólio que hoje me traz tanta nostalgia.
Eram tempos de infância, tempos de criança, que trazia esperança, sempre consigo.
Eram tempos de absorver a bondade da natureza, absorver aquilo que chamamos de amor ao próximo.
Amor que era fabricável era algo extremoso que todos nós crianças apreciávamos com exultação, pois éramos inocentes e tínhamos o “infinito” á mente.
Que sentimento nostálgico carrego comigo hoje, ao relembrar de cada façanha, cada pensamento, e momento.
Que tristeza tenho nos dias frios com sol, e na época que no chão encontro os ipês amarelos daquele tempo que parecia o infinito a nossa mente.

Kamila F.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mistério infinito da noite abismal.


Noite que és tão abismal, me engula com o brilho das estrelas.
Mostre-me seu interior, seu choro de ser tão romântica e tão escura.
Há tamanha compreensão a nós que aqui de baixo de vós, nos sentimos tão feridos?
Queria sentir-me completa como os astrais, que se completam com o incompleto.
Conte-me a historia dá lua, dizem que és tão linda pela beleza do amor impossível.
E o sol brilha como diamante, por estar apelando o carinho de uma amante.
Um dia desses olharei para o seu infinito e revelarei as minhas profundas confissões.
Como um ato de carinho, de amor, a vós querida noite, que me acolhe como uma filha, como uma amante.
-

Hoje comentáram comigo: " você parece que inveja o céu".

Epitáfio.


Hoje quero escrever algo sobre meu dia.
Meu primeiro dia do colégio foi algo realmente comum, estudo com a maioria das pessoas do ano anterior, só conheci alguns professores.

E hoje uma professora, nos passou a musica dos titãs “epitáfio”.
Tudo bem que parece algo clichê, mas me fez parar para pensar.
Como as pessoas de hoje são tão ignorantes? A ponto de não aproveitar...
Chorar mais
Se arriscar mais.
Errar mais.
E ver o sol nascer. (?)

Talvez eu não seja a pessoa que mais aproveite a vida, mas eu tenho uma completa consciência de que eu devo deixar todas as coisas a minha volta muito esclarecidas, aproveitar o que eu posso o que eu gosto.
Acho que a vida é como se fosse um brinquedo, devemos aproveitar até o ultimo instante, quebrar ela é tão fácil, e não tem tempo, nem hora, nem ano para ela se ir.

E eu andei pensando que ainda escreverei meu epitáfio, é algo estranho, mas eu quero ter tempo de deixar uma mensagem bem pessoal às pessoas que eu gosto e á eu mesma.
Quero uma homenagem para marcar a minha vida nesta terra, quero nesse tempo pensar em tudo o que ocorreu até os tempos de hoje, coisas que sentirei falta, que agradecerei por terem saído da minha vida, vitórias, fracassos, choros, risadas.
Eu quero deixar isso marcado como uma lembrança.
Eu escreverei e postarei aqui, se eu tiver tempo é claro, espero que tenha.

Mas acho que todos vocês poderiam pensar em como á vida é bela, mesmo com todos os sofrimentos do mundo, e é sempre bom lembrar-se que felicidade não é tudo, é também um fracasso.


Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...

Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...”

Apenas um recado.

Tomara que o brilho do seu coração floresça nas flores mais belas.
Que a sua fatuidade esteja nos seus olhos, sempre.
Que a chuva caia em você como um ato de glória.
E que a sorte seja uma façanha aos que estão a sua volta.

Kamila F.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O que importa é o que te faz viver de novo.

O que importa é o que te faz viver de novo.
O que vale hoje é a prova das coisas que você deixa para trás.
É a madrugada, que hoje já não existe mais para você... Para ninguém.
Já é de manhã, e é hora de dizer Adeus... É hora de se desapegar, do ontem.
É tempo de sorrir diferente, de chorar diferente, de olhar diferente.
Acreditar na bonita paisagem que antes não era tão bonita, mas hoje, quão bonita ela é.
E hoje quão bonito é, é domingo, é o ultimo dia da semana.
É sempre o pior, mas o pior para mim, é sempre o mais bonito.
É o dia que me faz reviver, ou melhor, viver de novo, um de novo alegre.

Kamila F.

Deborah.


A menina leva consigo por dentro a visão de ser tão só.
Mas é tão forte, que se contenta com a própria presença.
Parece ter a mudança, sempre mantida em sua alma.
Alma, que nem mesmo ela acredita que exista.
Não é de ter fé, mas deve pensar que as coisas mais existentes, existam nas coisas simples.
Coisas simples que te façam bem, por mais que esteja tão agoniada, pela pressão de achar que está em um mundo fechado, fechado para ela, que talvez esteja cansada por dentro, por sempre faltar algo, ou não.
E o brilho dos seus olhos, é um brilho parecido com a lua, lua que às vezes é tão clara, ou às vezes nem aparece pelo céu nublado.
Talvez seja isso que me faz cada vez admira-lá mais e mais.
Pois eu sei que não se entende o bastante.
Mas me entende completamente, a cada hora a cada dia a cada mês e a cada ano.

-
Agora não é uma manhã, mas o céu me lembra você, por estar tão cinza, um cinza com azul, meio triste, meio feliz.

Eu te amo Deborah!


Dedicada á ela mesmo, que me faz viver sempre, e de novo.

Kamila F.

Felicidade, a onde te acharei?

Felicidade, a onde te acharei?
Você passa tão rápido, quando vi, já se foi.
Poderia passar comigo esta noite?
Contar-me contos para que eu durma.
Você é tão momentânea, nem deve se entender.
É tão adorada, e às vezes enjoativa.
Eu te vejo só de relance, parece que ainda não cansei de tentar alcançar-lá.
Adorável felicidade dê valor aos que te procuram.
Faça sorrir os que mereçam, mas não abata os imperdoáveis.

Kamila F.



-
Acho que alguém que me faz sentir tão diferente, que me traz um pouco disso que chamamos de animo, precise de algum texto aqui. Deborah em uma manhãzinha que for a sua cara escreverei algo para te descrever, ou melhor, descrever o carinho que sinto por você!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A voz maior é a da poesia...


A voz maior é a da poesia
Poesia que despeja todos os sentidos da vida
É vomitando para fora a podridão
E expondo num papel a sua reação.
É vivendo para escrever que se cresce que se preza.




Os escritores são as fontes para o mundo
São eles que nos levam embora dessa vida medíocre.
São os que nos fazem viajar pelo túnel dos debates e reflexões.




São os livros, pequenas bíblias expondo a verdadeira realidade.
É a visão de um modo totalmente complexo, sem ignorância, é o que os deixam mais fascinantes.
Alguns trazem dramas, mistério, romantismo, tristeza, decepção.
Mas de qualquer forma á alguma experiência a aprender, a cada frase, a cada palavra.

Kamila F.

Ausência da morte.

Nem o soneto da compaixão
Trará á vida aquele pobre amor que já não estais na terra
Nem as pétalas mais brancas mágicas e milagrosas, cheias de romantismo farão o despertar.
Nem a oração mais suplica terá piedade de mim.
Quem dera se minhas lagrimas que hoje me afogam pudessem me levar ao paraíso
Quem me dera tão só esperar de boca amarga o seu beijo que desafiaria o céu para me fazer reviver.
E você mágico luar?O que esta esperando para me salvar? roubais o bilho dos meus olhos, é mais egoísta do que eu pensava.
Meu amor irá me guardar, e quando as folhas dos ipês amarelos o chão encontrar, você irá me visitar.
É ao teu tumulo irei descansar e descansar á eterninadade inteira, pois nada é tão ruim quanto a sua ausência;
Ausência da morte, que de mim tira tudo e que me faz amargurar ao amanhecer.

Kamila F.

Entre primavera e outono


Criatura és tão sem vida, que posso ver a transparência de seu coração.
És tão gelada que me dói o pensamento de relembrar, és tão incompleta que me faz chorar.
Precisa se viver enquanto são tempos de primavera a outono, enquanto o sol encontra a terra no seu por da tarde.
Necessita-se respirar o ar do amor, amor que nunca cala, que não desgasta, e que só completa aquilo que chamamos de vazio.
Não se precisa viver sozinha, enquanto o céu der a lua e as estrelas para se apreciar, e para mostrar que essa beleza da natureza ainda é o gesto de romantismo que só os amantes entendem.
O caminho á ser tomado é a direção ao caminho da vida, ao jardim que ali pertencem às rosas vermelhas, os lírios, girassóis, e acácia, bela árvore que simboliza a imortalidade.
Esteja bem consigo mesmo, aprenda a viver para amar, e amar para morrer.
Quem morre amando nunca morre, apenas descansa a espera do amor eterno.
Ache alguém para estar ao entardecer, ao esfriar, onde aqui nem os sonhos mais belos iram restar.

Kamila F.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde.


O artista é o criador das coisas belas.
Revelar a arte e ocultar o artista é o objetivo da arte.
O crítico é aquele que sabe traduzir em outra forma ou em novo material sua impressão coisas belas.
A mais alta, assim como a mais baixa forma de crítica, é uma espécie de autobiografia.
Aqueles que descobrem feios significados em coisas belas são corruptos, sem ser encantadores. É um defeito.
Aqueles que descobrem belos significados em coisas belas são cultos. Para estes há esperança.
São os eleitos, para quem coisas belas significam apenas Beleza.
Não há livros morais, nem imorais. Os livros são bem ou mal escritos, apenas isto.
A aversão do século XIX pelo romantismo é a cólera de Caliban ao ver seu rosto num espelho.
A aversão do século XIX pelo romantismo é a cólera de Caliban por não ver seu rosto num espelho.
A vida moral do homem forma parte do tema do artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito. Nenhum artista deseja provar coisa alguma. Até as coisas verdadeiras podem ser provadas.
Nenhum artista tem simpatias éticas. A simpatia ética, no artista, é imperdoável maneirismo de estilo.
O artista nunca é mórbido. O artista pode exprimir tudo.
Pensamento e linguagem são, para o artista, instrumentos de uma arte.
Do ponto de vista da forma, o protótipo de todas as artes é a arte do músico. Do ponto de vista do sentimento, o protótipo é a profissão do ator.
Toda arte, é ao mesmo tempo, superfície e símbolo.
Aqueles que vão abaixo da superfície fazem-no por sua conta e risco.
Aqueles que lêem o símbolo fazem-no por sua conta e rico.
É o espectador, e não a vida, o que a arte reflete realmente.
A diversidade de opiniões sobre uma obra de arte indica que é nova, e complexa e vital.
Quando os críticos divergem, o artista está de acordo consigo mesmo.
Pode-se perdoar a um homem a realização de uma coisa útil, contando que ele não a admire. A única desculpa para se fazer uma coisa inútil é admirá-la imensamente. Toda a arte é absolutamente inútil.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pálida estou eu de tanta cede de morte...


Pálida estou eu de tanta cede de morte.
A vontade de viver ja não esta no seu devido lugar, já não me pertence.
Eu quero saber qual é a reza dos mortos, qual são os caminhos para chegar à felicidade eterna.
Eu quero viver num tempo diferente, um tempo onde a alma dança e recita poemas de luto, sem entristecer.
Onde as noivas mortas com véu e grinalda encontram os seus noivos suicidas e vivem para amar.
Onde a morte encontra o infinito, a lua nova,linda parecida com um anjo.
Quero ser esquecida na terra, e lembrada no lugar onde os anjos cantam salmos.
Quero estar sob as nuvens, as mais brancas, que daqui da terra parecem tão distantes.
Culpo meu terrivel destino que ainda não me levou, onde a minha felicidade, encontrará meu coração.
E se eu morrer, e ficar vagando irei vagar no seu olhar que de tristeza irá chorar.
E quando um dia a terra da cova for me encontrar, me leve das flores roxas, aquelas que só choram ao entardecer, isso me acalmará.
Faça uma oração pregando o amor eterno ao meu espirito, e peça para eu descansar em paz.

Kamila F.