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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A mulher levou a mão até a cabeça, dedos entrelaçados nos cabelos, cabelos escuros e curtos. Naquele seu gesto cansativo o medo possuiu todas as coisas. Olhou para o lado e viu o homem pouco concentrado naquela cena toda, naquele todo amor. Ela o encontrara há tanto tempo, aos poucos pode dizer que o conhecia parte por parte, risco por risco e cheiro também.
Como todos os domingos claros e quentes, os dois encontravam-se sozinhos naquele quarto gelado, naquela cama entre os lençóis familiares. Talvez, poderia fazer o tempo passar com conversas e atos, mas isso seria monótono demais.
Ela lembrara de quando ouviu no ponto de ônibus uma voz feminina dizendo “estou farta de ouvi-lo dizer as palavras, sempre daquele mesmo jeito, com aquele mesmo sotaque e aquela lentidão, de ver seu olhar sempre para a mesma direção e sentir a mesma passada de mão”.
Sim, esse seria todo o problema, ela estava farta de uma companhia, de um amor e de calor. Queria sentir todas às coisas que sentia quando pequena, estar sozinha até que parecia estar feliz.
Aqueles dois seres sabiam que se amavam, pois até de costas sabiam que se olhavam e se desejavam, porem havia algo que ela não conseguia distinguir, talvez fosse à falta do tudo, a falta do nada, ou as duas coisas misturadas. Ela só queria saber de se encontrar, queria sentir a falta, mas não queria vê-lo partir para sempre, pois seria pedir solidão demais.


Kamila

1 comentários:

Vanessa"' disse...

Adoro seus textos, você escreve de uma maneira objetiva mas não fria; realista porém não exatamente pessimista, eu gosto muito.