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terça-feira, 23 de junho de 2009

Hoje minha intuição brincou de me abandonar, e eu morri três vezes, apenas morri.

O olhar caído no papel em cima da escrivaninha, as mãos tremulas tentando agarrar a caneta. As lagrimas encontraram o papel que ali mostrava versos, alma. Levanto-me, estou praticamente nua, pois não havia motivo para me cobrir, estou sozinha, vazia... Como todos os dias. Olhe-me no espelho, buscando esperança de viver uma farsa, uma felicidade. Acendo o cigarro e na boca sinto gosto-de-sangue, neste meu pensamento havia realidade intragável para muitos, a realidade de sumir e virar pó.
Ouço barulhos na porta, e passos, passos, passos a cercar meu cômodo, e como uma brisa quando encontra o corpo em um dia de praia, seu cheiro me encontrou, veio acabando com toda paz de um coração desgastado.
Ligo o radio alto a ponto de acabar com todo esse grito interno, busco a janela por querer um ar com cheiro de flores, afinal, precisava me controlar. Vou à direção à cama, perto da salvação, minha única salvação.
Ao passar os olhos, vejo um começo de vida, começo de amor, mas ao fim das contas, ali estava eu: sofrida, perturbada, com rancor nos olhos, com gosto-de-sangue na boca, e cheiro forte de cigarro no cabelo. A janela estava a 30 centímetros de mim, o chão me esperava, o vento me buscava, e assim decidi ir-me. Com gosto-de-sangue nos cabelos, rancor na boca, cheiro forte de cigarro nos olhos, e nua, pois não havia motivo para me cobrir.


Kamila

2 comentários:

Júlia S. B. disse...

lindo esse texto, profundo...
me dá uma sensação de dèja vu: eu já passei por isso antes...

Deborah disse...

Como sempre, ficou ótimo mila, cada dia me orgulho mais de você :D