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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Love song

A casa no lago, o dia de neve, um pouco de café, cigarros, e um bom livro.

Abro meus olhos, e me vejo na cama, olho para os lados, vejo tudo o que preciso e tudo o que sempre quis.
Viro a cabeça para ver as horas. São exatamente 09h43min.
Tiro a minha cachorra da cama, levanto logo em seguida, vou direto por aquela música que sempre ouço, num dia triste de domingo “Keane- your eyes open.”.
Jogo-me na cama novamente, leio cartões postais de minha família, fotos de alguns amigos, e no fundo dos meus recibos... Vejo uma carta sua.
Congelei-me por alguns segundos, encaro a carta, com o pensamento de pesadelo.
Abro-a devagar como se fosse à coisa mais perigosa que já encontrei em minhas mãos.
“Assim seja”, pensei comigo.

“E que anos foram esses? anos de você tão longe. Eu que achava que um dia poderia esquecer seu sorriso beijando meus olhos, tão perto.
Pode parecer estranho escrever para você em um dia comum, e planejar que leia esta carta num dia de domingo.
Mas tudo isso esta acontecendo justo hoje, porque faz uma semana que sonhei com você, era um domingo comum, até que peguei no sono.
Vi-me em um lugar tão verde que me doía os olhos, tantas árvores, era de se perder em tamanha dimensão. Eu comecei a ficar com medo, que diabos estava fazendo ali? Eu que nunca fui tão ligado à natureza, quanto você.
Logo na frente do lago estava você, você me olhou com os olhos tristes, como você dizia “com aquele olhar que não vê”.
Corri ao seu encontro, abracei você tão forte, pude sentir seus ossos junto aos meus.
Eu chorei como um bebê, eu te dizia para ficar, pois as coisas estavam difíceis sem você.
E que aquela distância de anos foi à aprendizagem que eu precisava para realmente crer que te amo.
Por fim você largou meus braços, me olhou firme com os olhos num brilho, que só Deus sabe descrever, beijou meus lábios com o mais doce ar angelical, foi o melhor contato que tive na minha vida.
Você derramou uma lagrima e disse a única frase “nunca deixou de ser amor” assim você se foi com o rio, você afundou como se fosse uma pedrinha, pequena.
Só restou eu me lamentar.

Por fim, acordei com seu gosto na minha boca, e caminho com ele até agora, eu espero sonhar com você hoje, afinal é domingo, e os domingos aqui sempre tem a sua cara!


Já não resta te pedir todo o perdão do mundo, já não resta eu querer ser Fernando Pessoa para você, nunca adiantara. Mas o amor que eu estou revivendo todas as noites, ira crescer eternamente, com você ou sem você!”


E no fim das contas rasgo a carta em pedacinhos, acendo meu cigarro, e vou brincar com a minha cachorra.


É acostumando com a solidão, que nos tornamos mais corajosos e sábios.
Corajosos para esquecer um grande amor, sábios para conseguir viver sem mais algum.

A casa no lago, o dia de neve, um pouco de café, cigarros, um bom livro, e aquele olhar que não vê!



Kamila

1 comentários:

Layse Moraes disse...

ai - mil vezes.
gostei muitomuitomuito.
"Corajosos para esquecer um grande amor, sábios para conseguir viver sem mais algum."
arrepiei aqui de tão tenso e bonito que isso me pareceu.